O Rio de Janeiro tem 28 leis em vigor, desde 2008, para a criação de áreas de especial interesse social, o que permite a regularização de condomínios e loteamento ilegais na cidade. Praticamente todas miram a Zona Oeste da cidade — como o previsto pelo PLC 174/2016 apresentado pelo então vereador Chiquinho Brazão e que tratava das regiões de Vargem Grande, Vargem Pequena, Itanhangá e Jacarepaguá. De acordo com a investigação da Polícia Federal, a votação contrária do PSOL ao projeto seria um dos motivos da irritação dos Brazão com a vereadora Marielle Franco.
Muitos destes projetos, de social, tinham pouco. Um deles, apresentado pelo então vereador Rogério Rocal, regularizava até condomínios de boas casas, com piscina e área de lazer.
Só em 2008, a então vereadora Lucinha apresentou quatro dessas propostas. No ano passado, já deputada estadual, Lucinha foi apontada pelo Ministério Público do Rio como o braço político da maior milícia do estado, chefiada por Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho. A partir de 2016, o campeão no quesito passou a ser Júnior da Lucinha — não por coincidência, filho da moça. Em três anos, Júnior aprovou seis projetos, todos nos bairros de Campo Grande, Guaratiba e Paciência, na área de atuação da família.