Quase uma semana depois da prisão dos irmãos Brazão, sob a suspeita de terem mandado matar a vereadora Marielle Franco, o prefeito Eduardo Paes (PSD) comentou, pela primeira vez, a nomeação do deputado federal Chiquinho Brazão na Secretaria municipal de Ação Comunitária, em outubro de 2023.
Em entrevista coletiva no Terminal Intermodal Gentileza, na inauguração do BRT Transbrasil — que começou a funcionar neste sábado (30) — Paes admitiu que foi um erro.
“Foi um erro da minha parte colocar no governo uma pessoa que tinha suspeita no caso. É óbvio que posso aqui ter todas as desculpas do mundo, foram seis anos (de investigação) e todo mundo já tinha sido acusado de tudo, mas errei. O mais importante quando se erra é consertar o erro. Já tinha pedido que ele fosse retirado da secretaria, quando começaram a surgir os boatos. E a gente entende que os quadros que tínhamos do Republicanos aqui não eram adequados. Queremos alianças, mas as alianças têm que ter um limite. E quando digo que errei, acho que fiz uma avaliação equivocada de que não tinha esse risco. A gente governa a cidade com os melhores quadros e meu governo vai continuar dando demonstração de que não tem conivência com nenhum tipo de irregularidade”, disse Paes.
O prefeito nomeou Chiquinho em outubro e exonerou em fevereiro, quando os rumores sobre o envolvimento do deputado na morte de Marielle cresceram. Em seu lugar, nomeou o deputado suplente Ricardo Abrão, também indicado pelo Republicanos. Na semana passada, exonerou Abrão (que havia sido sócio dos Brazão num posto de gasolina). Irritado, o Republicanos rompeu com o prefeito e decidiu negociar apoio ao deputado federal Alexandre Ramagem, do PL.