Matéria publicada às 17h e atualizada às 18h40 com inclusão de resposta da Secretaria da Pessoa com Deficiência
O Lounge Sapucaí, camarote que produzia comida no banheiro, tem a chancela da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência do Rio (SMPD). Na divulgação da campanha Carnaval da Inclusão, a pasta já havia anunciado que o camarote era um espaço humanizado destinado a parceiros e influenciadores, com o objetivo de conscientizar sobre a importância da inclusão e buscar patrocinadores para ações futuras da SMPD.
Responsável pelo Lounge Sapucaí, a publicitária Aylla Amancio foi presa em flagrante, na noite deste domingo (11), por causa das condições de armazenamento dos alimentos em um sanitário. Cerca de 500 quilos de comida sem condições de consumo foram jogados no lixo.
Na preparação do camarote, Aylla fazia questão de demonstrar proximidade com a secretária da Pessoa com Deficiência, Helena Werneck. A publicitária apresentava-se como assessora da secretária e, segundo fontes, era comum usar o nome de Helena na Liesa para pedidos pessoais de credenciais.
Campanha da Inclusão
Segundo matéria do site Janela Publicitária, a agência publicitária Sant’Ajuda, que pertence a Aylla Amancio, foi a responsável pela campanha do “Carnaval da Inclusão: Uma Festa para Todos na Marquês de Sapucaí”.
As peças de comunicação, espalhadas em outdoors e mobiliários urbanos para divulgar o Espaço Mais Acessível – área reservada no Sambódromo para receber os foliões que precisam de atenção especial – teriam sido aprovadas por Helena Werneck.
Nos dias que antecederam o carnaval, o Lounge Sapucaí foi divulgado como “um espaço humanizado, confortável e projetado para receber somente convidados, como os patrocinadores do espaço PcD, influenciadores PcDs, jornalistas e personalidades de relevância nacional que também, de alguma forma, contribuem para esse destaque e acolhimento durante o carnaval carioca.”
“O Espaço Mais Acessível e o Lounge Sapucaí estão sendo construídos em uma área estratégica, de forma que o acesso seja facilitado a todas e todos”, disse Helena, sobre os espaços.
Por meio de nota, a assessoria da SMPD negou relação comercial e de patrocínio com qualquer camarote, disse não ter vínculo com as atividades de Aylla, “que prestaria apenas trabalho voluntário ao espaço público destinado a pessoas com deficiência”. A nota não respondia, entretanto, sobre a campanha publicitária e o uso do Lounge Sapucaí para ações da SMPD.
Leia a nota na íntegra:
“A Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência nega que tenha qualquer tipo de relação comercial ou de patrocínio com algum camarote no Sambódromo. A produtora Ayla Almeida Amansio, há dois anos, presta apenas um trabalho voluntário ao espaço público destinado a pessoas com deficiência, com serviços, como maquiagem, protetores auriculares e camisetas. O Espaço Mais Acessível 2024, da SMPD, tem sua alimentação fornecida pela própria secretaria. A pasta ressalta que não tem qualquer vínculo com as atividades comerciais da profissional e que o camarote privado produzido por ela é independente.”