Acabou a novela. Os vereadores do Rio pararam de fugir e cassaram, nesta terça-feira (11), o Conjunto de Medalhas Pedro Ernesto concedidas aos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, presos sob a acusação de terem mandado matar a vereadora Marielle Franco (PSOL).
Esta foi a sétima tentativa da vereadora Monica Benicio (PSOL) de revogar as homenagens. Nas pautas anteriores, apesar de haver quórum, os parlamentares esvaziavam o plenário para evitar desgastes.
Nesta terça, entre 42 presentes, 20 votaram para retirar a honraria dos irmãos, seis se abstiveram e os demais não se posicionaram. O vereador Luiz Ramos Filho (PSD) foi o único favorável à manutenção das medalhas. Já o presidente Carlo Caiado (PSD) é impedido regimentalmente de votar.
Apesar de ser aliado da família e ter tentado puxar a abstenção na sessão do último dia 4, o vereador Waldir Brazão (União) não se posicionou desta vez e sequer consignou voto.
Votaram pela revogação:
Alexandre Beça (PSD); Átila Nunes (PSD); Cesar Maia (PSD); Jair da Mendes Gomes (PRO); Jorge Pereira (PSD); Luciana Boiteux (PSOL);
Luciana Novaes (PT); Marcelo Diniz (PSD); Monica Benício (PSOL); Monica Cunha (PSOL); Pablo Mello (Republicanos); Paulo Pinheiro (PSOL); Pedro Duarte (Novo); Rafael Aloisio Freitas (PSD); Rosa Fernandes (PSD);Tainá de Paula (PT); Teresa Bergher (PSDB); Thaís Ferreira (PSOL); William Siri (PSOL); Zico (PSD).
Pela manutenção
Luiz Ramos Filho (PSD)
Se abstiveram:
Alexandre Isquierdo (União); Celso Costa (MDB); Dr. Rogério Amorim (PL); Marcos Braz (PL); Rocal (PSD); Vera Lins (PP)
Não votaram:
Carlos Bolsonaro (PL); Dr. Carlos Eduardo (PDT); Dr. Gilberto (Solidariedade); Dr. João Ricardo (MDB); Dr. Marcos Paulo (PT); Edson Santos (PT); Eliseu Kessler (MDB); Felipe Michel (PP); Bispo Inaldo Silva (Republicanos); Jorge Felipe (PP)
Junior da Lucinha (PSD); Marcelo Arar (Agir); Márcio Ribeiro (PSD); Márcio Santos (PV); Matheus Gabriel (Mobiliza); Renato Moura (MDB); Tânia Bastos (Republicanos); Ulisses Marins (União); Vitor Hugo (MDB); Waldir Brazão (União); Wellington Dias (PDT); Willian Coelho (DC).
Tentativas
A revogação foi discutida pela primeira vez em 9 de maio, quando um pedido de verificação do vereador Luiz Ramos Filho (PSD) derrubou a sessão inteira. No dia 16, a turma deu um novo olé e debandou momentaneamente, voltando em seguida para discutir assuntos menos polêmicos. Dos 44 presentes na data, apenas 21 votaram.
A debandada seguiu na sessão do dia 23 de maio, quando a autora do pedido, para forçar os colegas a se declararem favoráveis ou contrários à cassação da homenagem — e, claro, lançar o resultado nas redes — pediu votação nominal. O cenário se repetiu dia 28 de maio, além das sessões de 4 e 6 de junho.
Honraria a Pablo Marçal
Na sessão desta terça-feira, os vereadores aprovaram a alta honraria da casa para o influencer bolsonarista e empresário Pablo Marçal — autor de notícias falsas, além de divulgação de kit gay, pérolas do negacionismo e drible das regras sanitárias durante a epidemia de Covid. A homenagem foi proposta por Eliseu Kessler (MDB).