A Câmara Municipal aprovou em segunda discussão, nesta quarta-feira (17), o projeto de lei que cria um megaferiadão no Rio em novembro, por conta da realização da cúpula do G20, encontro das maiores economias do mundo, marcado para 18 e 19 de novembro.
A proposta do prefeito Eduardo Paes (PSD) declara ponto facultativo nos dias 18 e 19 de novembro, criando “folgão” de 15 (Dia da República, uma sexta) até 20 (Consciência Negra, na quarta), com a justificativa de facilitar o transporte e deslocamento das comitivas.
Depois de reuniões com representantes da Firjan e Fecomércio, os vereadores aprovaram mudanças no texto inicial. As indústrias situadas nas Áreas de Planejamento 3, 4 e 5 – que corespondem às zonas Norte e Oeste da cidade, também não serão paralisadas, bem como padarias e atividades que já exerciam trabalho remoto
O projeto original já excluía do feriadão diversas atividades, como comércio de rua; bares e restaurantes; hotéis, hospedarias e pousadas; centros e galerias comerciais e shopping centers; estabelecimentos culturais como teatros, cinemas e bibliotecas; e pontos turísticos.
Oposição?
Líder do PT na Câmara Municipal do Rio e integrante da base do governo Paes, onde seu partido tem duas secretarias, o vereador Edson Santos deu trabalho aos governistas no plenário para aprovar o folgão. Ele apresentou questões de ordem, fez discursos e pediu duas verificações nominais das votações, fazendo com que a aprovação, tida como simples, levasse quase duas horas nesta quarta-feira.
Santos criticou o atendimento a pleitos empresariais que retiraram do feriado o comércio de rua, shoppings e indústrias que, com isso, não precisarão pagar adicional aos seus funcionários.
Coube à sua correligionaria Tainá de Paula votar a favor e fazer um discurso defendendo a aprovação do projeto.
O curioso é que, ao mesmo tempo em que um integrante da base se revelou, opositores contumazes como Rogério Amorim e Felipe Michel votaram a favor da medida.
O evento
O G20 inclui as 19 principais economias mundiais, a União Europeia e, pela primeira vez, a União Africana. Além desses, estarão presentes no evento 12 países convidados e 15 organizações internacionais, como o FMI e o Banco Mundial.
A estrutura de segurança e de organização prevista para o G20 no Rio é maior do que o suporte montado durante a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.