Fracassou a tentativa de diálogo da Uerj com estudantes que ocupam a reitoria em protesto contra os novos critérios para obtenção de bolsas e auxílios da assistência estudantil da instituição. A reunião foi marcada para a tarde desta segunda-feira (29), mas a comissão estudantil não compareceu. A reitoria afirma que encaminhou novo convite para nova tentativa de negociação nesta terça-feira, às 9h.
No entanto, o grupo alega que não haverá diálogo até que a universidade dê a garantia de que nenhum aluno seja punido criminalmente ou administrativamente pelo ato. Na sexta-feira, manifestantes fizeram pichações em protesto contra atrasos e mudanças no pagamento de bolsas.
O grupo diz que essa condição é inegociável. “É lamentável que a imprensa tenha sido notificada antes dos estudantes. Se não revogar, não iremos desocupar. Só os estudantes podem decidir o rumo da ocupação”, diz um trecho do comunicado do grupo Ocupa Reitoria Uerj.
Mudanças criticadas
Os universitários relatam que os atrasos no pagamento da bolsa-permanência e nos auxílios transporte e alimentação se estendem desde o começo deste ano. Além disso, o anúncio de cortes revoltou os jovens.
Atualmente, cerca de 2,6 mil alunos em vulnerabilidade social têm direito a R$ 1,2 mil por semestre em auxílio-material; R$ 300 mensais em auxílio alimentação e, no mesmo valor, para passagem; e bolsa de apoio de R$ 706 mensais com vigência de dois anos.
No entanto, de acordo com as mudanças que devem passar a valer a partir de agosto, o auxílio-alimentação fica extinto e o de material passa a ter uma redução de 50%. A bolsa permanência passa a ficar restrita aos estudantes que tem renda familiar de meio salário mínimo por pessoa — antes era de um salário mínimo e meio.
O principal alvo dos manifestantes é a reitora Gulnar Azevedo que, durante a campanha eleitoral ao cargo, prometeu a manutenção do pagamento em dia dos auxílios. Pichações foram feitas, na sala da reitoria, com os dizeres “fora Gulnar”.