A Assembleia Legislativa (Alerj) aprovou o Orçamento do estado para 2026 com déficit estimado de R$ 18,93 bilhões. A votação ocorreu nesta quinta-feira (18), após os deputados autorizarem, mais cedo, a adesão do Rio ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).
O texto orçamentário prevê receita líquida de R$ 107,64 bilhões e despesas de R$ 126,57 bilhões para o próximo ano. Porém, com a entrada do Rio no Propag, o déficit será reduzido, já que o programa permite renegociar a dívida com a União e até zerar os juros.
Luiz Paulo disse que se trata de ‘um dos piores orçamentos’ em que votou no plenário
Os parlamentares aprovaram a emenda do deputado Luiz Paulo (PSD), que determina o envio de uma nova revisão do orçamento à Alerj em até 30 dias após a implementação do programa. A expectativa é de redução de até R$ 8 bilhões no déficit de 2026.
Ele, porém, foi um dos parlamentares que fez duras críticas ao projeto orçamentário e a gestão do governador Cláudio Castro (PL).
“Esse é um dos piores orçamentos que já votei aqui no parlamento. Eu não me lembro de ter votado um orçamento com o rombo de R$ 19 bilhões. Isso depois de vender a Cedae e colocar R$ 17 bilhões no caixa. Isso depois, ou durante, os investimentos predatórios do Rioprevidência e da Cedae no Banco Master”, afirmou Luiz Paulo.
‘Vislumbro o ano de 2026 como um ano extremamente duro’, enfatiza líder da Comissão de Orçamento
André Corrêa (PP), líder da Comissão de Orçamento da Alerj, também fez coro às críticas ao projeto. Ele destacou que, embora haja a redução de R$ 8 bilhões, a medida não é uma “bala de prata” e não permite ignorar o déficit de R$ 10,93 bilhões, que deve persistir no próximo ano.
“Então, assim, eu vislumbro o ano de 2026 como um ano extremamente duro, um ano em que, num primeiro momento, quem vai pagar a conta são os investimentos. […] O Rio tem uma situação financeira estrutural extremamente complexa. E não há solução fácil”, destacou.
Amorim defende Castro e culpa o governo do PT pela crise financeira no estado
Já o líder do governo, Rodrigo Amorim (União), disse que a crise financeira do governo do estado foi causada pelo governo de Dilma Rousseff (PT), entre 2011 e 2016, que, segundo ele, “destruiu os estados no Brasil”. Além disso, defendeu a gestão de Castro.
“O governador não contraiu um centavo de empréstimo. Está colocando as contas com os credores em dia, garantindo segurança jurídica e elevando o nível de confiabilidade do governo do estado. Portanto, com essa iniciativa nossa aqui [Propag], tenho certeza de que o ano que vem será mais alvissareiro para as contas públicas do Rio”, completou.
Recurso para a ampliação e reequipamento de campus da UERJ
Por sua vez, Vinicius Cozzolino (União) destacou a importância do Propag para reduzir o déficit do estado de 2026, além de ressaltar a emenda voltada à ampliação e ao reequipamento do campus de Vaz Lobo da Universidade do Estado do Rio (UERJ).
“A adesão ao programa já garante um alívio imediato de cerca de R$ 8 bilhões, criando condições reais para reorganizar as contas públicas e retomar a capacidade de investimento. Também destaco a aprovação da emenda 2638, da Comissão de Orçamento, que realoca recursos da dívida para a ampliação e o reequipamento da UERJ, no campus de Vaz Lobo, com investimento de R$ 15 milhões”, finalizou Cozzolino.
Com colaboração de LUCAS LUCIANO

