Ainda sob o impacto da pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (28), mostrando que Eduardo Paes (PSD) subiu 11 pontos percentuais em um mês, e alcançou 60% — o triplo da soma de todos os seus adversários — os candidatos a prefeito do Rio já miram a próxima sexta-feira com olhos rasos de esperança. Daqui a dois dias começa a propaganda eleitoral no rádio e na TV.
Segundo colocado na Quaest, Alexandre Ramagem (PL), como se diz na política, vai para o pau. Ele caiu quatro pontos em relação à pesquisa de junho e ficou com 9%. Promete usar o seu horário na TV e no rádio para desconstruir Paes. E, claro, para se tornar mais conhecido como o candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Quando a propaganda de TV entrar, a gente vai tracionar violentamente a campanha”, conta o presidente municipal do PL, Bruno Bonetti, que se recusa a usar a expressão “esperança de mudança”. “0 que temos é certeza. Vamos mostrar que existe uma opção melhor, e preparada pelo Bolsonaro. Certeza que seremos competitivos a partir da TV”.
Já Tarcísio Motta, do PSOL, que aparece em terceiro na pesquisa (com 5%) não vai partir para o ataque. A campanha do psolista na TV, batizada de “O Rio merece mais”, vai se concentrar em apresentar as propostas. O primeiro vídeo terá as principais ideias que a campanha pretende comunicar, e menciona o lema de que a “cidade pode ser muito melhor e será”.
Marcelo Queiroz, do PP, também vai manter o seu eixo — e vai contar porque é conhecido como o candidato dos pets. Ele, que ficou com 1% na pesquisa da Quaest, vai abrir o seu horário pedindo “atenção para os 11 toques caramelos” (e mostrar um cãozinho a cada segundo).
Empatado com Queiroz, Rodrigo Amorim, do União, vai surpreender no primeiro programa. Vai usar para se apresentar (e apresentar a sua história) ao eleitor. Nada tão bélico quanto o carioca está acostumado a ver. Mas vai aproveitar para ressaltar, na sua história de vida, a proximidade com os Bolsonaro, Flávio e Jair.
Os dados já estão lançados e os peões, no tabuleiro. O programa começa 38 dias antes da hora da verdade, ou seja, da eleição do primeiro turno.