Os seguidos cortes no orçamento da Secretaria de Conservação da Prefeitura do Rio (Seconserva) chamaram a atenção da equipe técnica do vereador Fernando Armelau, do PL. A turma do gabinete do moço resolveu acompanhar, com lupa e calculadora, a evolução (ou a involução) orçamentária da pasta.
Em 2024 — não por coincidência, ano eleitoral — o prefeito Eduardo Paes (PSD) separou R$ 1,1 bilhão para a Conservação, dos quais R$ 871 milhões (80%) foram executados. Para 2025, a Lei Orçamentária Anual (LOA) já veio com um valor menor: R$ 541,7 milhões, ou seja, R$ 590 milhões (ou 52%) a menos.
Mas ainda veio a tesoura.
Em nove meses, a Seconserva perdeu R$ 111 milhões (a última poda, de R$ 9,2 milhões, foi no dia 10 de setembro). Restaram no caixa R$ 431 milhões — o que representa uma redução de R$ 656 milhões em comparação a 2024 (60,4% a menos).
A pasta é responsável por serviços essenciais, como manutenção de vias e praças, recapeamento asfáltico, desentupimento de ralos, e prevenção de enchentes. Ao detalhar por ações, no decorrer de 2025, algumas apresentaram perdas orçamentárias mais significativas:
• Asfalto Liso (1774): sofreu corte total, passando de R$ 483,6 milhões em 2024 para R$ 0,00 em 2025, ou seja, uma queda de 100%. Trata-se de uma das ações mais impactadas. Curiosamente, a pasta colocou duas licitações na rua para o Asfalto Liso, por R$ 707,5 milhões. As concorrências foram suspensas pelo Tribunal de Contas do Município (TCM), que observou algumas inconsistências no edital.
• Revitalização de Espaços e Equipamentos Públicos (1359): apresentou uma redução de R$ 120,9 milhões, correspondendo a uma queda de 89,1%. Essa ação está diretamente relacionada à qualidade dos espaços públicos e lazer da população.
• Conservação de Logradouros (2778): perdeu R$ 14,2 milhões, o que significa uma queda de 5,5%, afetando diretamente a limpeza, manutenção e segurança das áreas públicas.
• Manutenção do Sistema de Drenagem (2735): registrou corte de R$ 32,7 milhões (-39,6%), o que pode gerar impactos graves em períodos de chuva, aumentando o risco de alagamentos.
• Outras ações, como a provisão de gastos com pessoal e despesas obrigatórias da administração direta, também sofreram quedas relevantes, limitando a capacidade de execução dos serviços.
Vereador chama a atenção para a importância da Conservação
Para Fernando Armelau, o impacto dessa redução orçamentária é expressivo, pois compromete diretamente a prestação de serviços essenciais, como manutenção de vias, recapeamento asfáltico, conservação de praças, e sistemas de drenagem.
“A Prefeitura do Rio deve recompor urgentemente a dotação orçamentária da Conservação. Com a chegada do período de chuvas, a falta de manutenção em galerias pluviais, por exemplo, aumenta o risco de alagamentos, além de dificultar a mobilidade urbana e a segurança pública”, alertou o vereador.
E no orçamento de 2026
Na Lei Orçamentária Anual para o ano que vem, a prefeitura prevê um orçamento de R$ 748,4 milhões para a pasta, 38% a mais do que o valor de 2025 (R$ 541,7 milhões).
O programa Asfalto Liso tem a previsão modesta de R$ 256,8 milhões, ainda muito aquém dos R$ 705 milhões estimados nas licitações para executar a fase 2 do programa.
Remanejamentos à vista!
Nas proximidades das eleições muda tudo