O cantor MC Poze do Rodo se manifestou nas redes sociais, nesta segunda-feira (22), horas depois de ser anunciado como convocado para depor na CPI das Câmeras da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Em sua declaração, o artista classificou a situação como uma “perseguição descarada” dos deputados e rebateu comentários do presidente da comissão, Alexandre Knoploch (PL).
A convocação foi anunciada por Knoploch durante a reunião da CPI. Segundo o deputado, a decisão se deu após a rápida recuperação da SUV Defender blindada de MC Poze, que havia sido roubada na Zona Oeste do Rio. A comissão busca esclarecer como o veículo foi devolvido sem qualquer intervenção policial.
‘Quem é roubado tem que ir lá prestar depoimento‘
Poze ironizou a convocação e criticou o que considera uma inversão da justiça no Brasil: “Aqui, você é roubado e ainda tem que ir lá prestar depoimento”. Ele pediu que os parlamentares se concentrem em investigar quem realmente deveria ser responsabilizado.
“País da sacanagem. Perseguição descarada. Chega a ser engraçado o tempo que eles têm para isso. É uma palhaçada só. Me deixem em paz no meu canto com minha família, vão arrumar o que fazer. […] Eu dou um passo ali, eles me chamam para ir lá depor. Eu não posso viver, não. Dá um tempo. Vão atrás de quem vocês verdadeiramente têm que ir”, declarou o cantor.
Poze eleva o tom contra Knoploch
O artista também criticou um vídeo do deputado Knoploch em que é chamado de “marginal”, acusando-o novamente de perseguição.
“O cara me chama de marginal e está atrás de qualquer jeito para ferrar com a minha vida. É o país que vivemos… É tudo aceito porque ele tem patente alta lá dentro. Marginal é o car4lh@! Eu sou pai de família, com cinco filhos, batalhador, guerreiro. Eu sou sinistro”, afirmou Poze.
Knoploch rebate as críticas
Em nova declaração nas redes sociais, Alexandre Knoploch defendeu a convocação de MC Poze e rebateu as críticas.
“O que me causa estranheza — e deve causar em você também — é como um carro roubado reaparece tão rapidamente, com tanque cheio e sem resgate pago, diferente da realidade da maioria da população. A CPI existe para investigar justamente essas relações perigosas entre o crime e empresas que deveriam proteger o cidadão”, afirmou o deputado.
Sobre a CPI das Câmeras
Instalada em 16 de junho, a CPI das Câmeras investiga empresas privadas responsáveis pela instalação de câmeras em locais públicos, além de cooperativas ligadas à recuperação de veículos roubados. A comissão foi criada por iniciativa de Alexandre Knoploch.
Com o avanço das investigações, a CPI também passou a analisar locadoras de veículos, ferros-velhos, roubos de cargas e o uso de ouro em práticas criminosas, como lavagem de dinheiro, reflexo da prisão do deputado estadual TH Joias (ex-MDB).
Além de Knoploch, a comissão é composta por Marcelo Dino (União), vice-presidente, e Filippe Poubel (PL), relator. Os membros titulares são Rodrigo Amorim (União) e Luiz Paulo (PSD), e os suplentes incluem Alan Lopes (PL), Renan Jordy (PL), Professor Josemar (PSOL), Thiago Rangel (Avante) e Sarah Poncio (SDD).