O secretário de Proteção e Defesa do Consumidor da Prefeitura do Rio, João Pires, é o novo alvo da bélica tropa de choque da Assembleia Legislativa. Os deputados Filippe Poubel (PL) e Rodrigo Amorim (União), voltaram suas metralhadoras verbais contra ele na sessão desta quinta-feira (07) — sem, no entanto, citar o moço nominalmente.
Pires publicou um vídeo, nas redes sociais, ironizando o Estatuto das Blitzes, a menina dos olhos da turma. Disse que os deputados autores do projeto anunciaram “que iam acabar com as blitzes”. Mas que, agora, estavam fazendo propaganda do fato de o estatuto prever que as operações teriam maquininhas de cartão, para que as dívidas sejam pagas na hora. Os deputados chiaram, dizendo que nunca houve a proposta de acabar com as blitzes — mas organizar e institucionalizar as operações no trânsito.
“Um frustrado, que tentou se eleger vereador, não conseguiu, tentou ser deputado, não conseguiu. Não tem voto nenhum, mas caiu nas graças de (o prefeito) Eduardo Paes”, disparou Poubel. “O Estatuto das Blitzes visa a salvaguardar o trabalhado, os direitos do cidadão. Um dos direitos é, quando tiver com um documento atrasado, o cidadão vai ser notificado e terá um prazo para se regularizar. E, caso ele queira já efetuar o pagamento de um IPVA, por exemplo, ele vai ter a oportunidade de fazê-lo no ato da operação, coisa que nunca existiu”.
Amorim voltou suas baterias contra Paes e Pires
Amorim foi ainda mais agressivo, especialmente com Paes.
“Eu não vou entrar nessa seara de que a alcunha de alguns aliados do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, soldado e preposto de Lula, é menudo. Mas a gente sabe que o prefeito escolhe seu secretariado pelo Tinder”, atacou Amorim. “E esse jovenzinho, que é de São Gonçalo, nem do Rio é, está falando bobagem. Nem contra a gente é, porque as bobagens que ele fala, ele paga na Justiça”, disse Amorim, referindo-se a João Pires, mas sem citar o nome dele.
Amorim falava de uma sentença judicial, de outubro do ano passado, condenando Pires a pagar indenização de R$ 30 mil a ele, a Poubel e a Alan Lopes, autores do Estatuto das Blitzes, em processo por calúnia, injúria e difamação. O secretário municipal havia publicado que os três, que diziam que iam acabar com a máfia dos reboques, estariam “coladinhos com a verdadeira máfia”.
Amorim e Poubel ganharam a solidariedade de outros deputados, como Giovani Ratinho (SDD) e Luiz Paulo (PSD), que reconheceram, ao microfone, a importância do Estatuto das Blitzes.
O secretário João Pires, procurado, enviou uma resposta por mensagem. Eis a íntegra.
“O histórico da família Amorim é de empregar ladrao de apartamento e responder processo de corrupção. O de Poubel é de calote com pirâmide financeira. Até carro já alugou com gente envolvida com crime organizado, com dinheiro público. Isso já explica o baixo nível das falas dos deputados”.