Como o resultado da votação pela permanência de Lucinha (PSD) no mandato era mais do que esperado, o que dominou os comentários nos bastidores do plenário da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) foi a ausência do deputado Renato Machado (PT) na sessão. O parlamentar, que é réu num processo por desvio de dinheiro público, não atendeu a nenhuma das duas chamadas e não votou.
A turma dá quase como certo que Renato é a próxima bola da vez em julgamentos na Casa. Nesta quarta-feira (07), a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público do Rio contra ele e mais nove pessoas por suspeita de praticar os crimes de associação criminosa, peculato, corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, em decorrência de desvio de recursos públicos de Maricá, destinados à construção do Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara.
Por volta das 14h40, mais de uma hora depois do término da sessão, Renato Machado justificou, pelas redes sociais, sua ausência no plenário: “Por problemas técnicos, não consegui computar meu voto pela manutenção do mandato da deputada Lucinha”.
Petista pode ser relatora
E pode sobrar para a também petista Verônica Lima ser relatora do processo envolvendo Renato Machado. Isso porque a parlamentar foi a única, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a discordar do projeto de resolução que decidia por não aceitar o afastamento de Lucinha determinado pela Justiça e torná-la ré num processo no Conselho de Ética.
Mesmo depois de 4 horas de discussão com procuradores, Verônica manteve a posição de defender um afastamento de Lucinha pelo prazo determinado de 120 dias. Foi então que o relator do caso e presidente da CCJ, Rodrigo Amorim, lançou a possibilidade de designá-la relatora do processo do correligionário:
“A senhora quer posar de heroína, enquanto os outros seis vão ser crucificados pela opinião pública e pela imprensa. Pois então fique sabendo que vai chegar à casa o processo envolvendo o deputado Renato Machado, também do PT, e a senhora vai ser designada a relatora. Vamos ver se mantém essa mesma postura”, avisou Amorim.