O secretário estadual de Transportes, Washington Reis (MDB), foi o astro da sessão desta quarta-feira (18), na Assembleia Legislativa. Os principais governistas, incluindo o líder do PL, Filippe Poubel, se revezaram ao microfone do plenário para pedir, publicamente, a exoneração de Washington.
Logo na abertura dos trabalhos, o irmão do secretário, e também deputado estadual, Rosenverg Reis (MDB) quase saiu no braço com o psolista Professor Josemar — durante uma acalorada discussão sobre o desempenho de Washigton na pasta.
Em seguida, começou o desfile de deputados — e de queixas. Alexandre Knoploch (PL) classificou como “insubordinação” o fato de o secretário ter anunciado a redução do preço das passagens de trens e metrô sem falar com o governador.
“Não há mais condição, seja por questões de atmosfera ou de hierarquia, de o secretário Washington Reis continuar na pasta. É um homem que fez muito por Caxias, mas o que ele está fazendo é um desfavor ao poder executivo”, afirmou Knoploch.
O parlamentar disse que seria “mais gentil” se o próprio secretário pedisse a exoneração.
Em seguida foi a vez de o líder do PL, Filippe Poubel, lembrar o ditado “manda quem pode e obedece quem tem juízo”, reiterando que o secretário é um empregado do governador e não deve achar que pode fazer o que bem entender.
“Já não é de hoje que a Secretaria de Transporte vem arruinando o governo do estado”, disse.
Poubel destacou que o Detro, por exemplo, está sob o guarda-chuva da secretaria, e se omite no que diz respeito às fiscalizações dos ônibus intermunicipais.
“Por que privilegiar as empresas de ônibus? Por que passar a mão na cabeça das empresas de ônibus? Por que tapar o sol com a peneira? Será que está rolando propina?”, questionou.
Ao final de seu discurso, Poubel, que é vice-presidente da CPI da Transparência, destacou que já passou da hora de convocar Washington a prestar esclarecimentos na comissão parlamentar de inquérito.
Líder do governo diz que Castro e Bacellar ‘não estão dormindo’ e tomarão a decisão sobre Washington no momento oportuno
Já no expediente final, Knoploch voltou a tocar no assunto, lembrando que Washington “colocou o governador em maus lençóis”.
“Governador em exercício Rodrigo Bacellar, o senhor tem um secretário que não é seu, que está aí para conspirar contra o senhor. E digo mais: não só ele, como o MDB, que tem outra secretaria também”, completou Knoploch.
No que foi seguido pelo Delegado Carlos Augusto (PL).
“Eu queria entender isso. Como é que você oferece uma coisa, que não cabia a você oferecer? E que, se não for possível fazê-la depois, quem negar isso vai ficar muito mal?”, perguntou o deputado, acrescentando que Castro está tendo dificuldade em colocar cada um no seu quadrado, no seu lugar.
Até o novíssimo líder do governo Rodrigo Amorim (União) seguiu na mesma toada.
“Por óbvio que nós temos lado. Não quero acirrar aqui, mas é absolutamente necessário que se identifique quem está do lado de quem de verdade, quem está com um pezinho em cada canoa, quem quer mamar na teta da máquina do estado e na máquina da prefeitura. É necessário riscar o chão mesmo”, disse Amorim, ressaltando que não pretendia acirrar o clima porque “a decisão será tomada, no momento oportuno, pelo governador em exercício Rodrigo Bacellar e pelo governador Cláudio Castro, que não estão dormindo”.