A Justiça do Rio inicia, nesta segunda-feira (24), o julgamento do caso envolvendo o laboratório PCS Labs Saleme, acusado de falsificar exames que resultaram na contaminação de seis pacientes transplantados com HIV.
A 1ª audiência de instrução ocorre nesta tarde, na 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, e tem como foco a oitiva de testemunhas do Ministério Público do Rio (MPRJ) e das defesas dos seis réus.
Os acusados respondem pelos crimes de associação criminosa, lesão corporal e falsidade ideológica. Entre os réus estão Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, Walter Vieira e Adriana Vargas dos Anjos, todos ligados à direção do laboratório, além de três funcionários: Jacqueline Iris Barcellar de Assis, Ivanilson Fernandes dos Santos e Cleber de Oliveira Santos.
O grupo foi denunciado pelo MPRJ em outubro de 2024, quando a juíza Aline Abreu Pessanha aceitou a acusação.
Irregularidades
O caso veio à tona em setembro de 2024, quando um paciente transplantado apresentou sintomas neurológicos e testou positivo para HIV. Uma revisão dos exames realizados pelo laboratório revelou erros em testes feitos antes da doação de órgãos, resultando na contaminação de pelo menos seis receptores.
O MPRJ afirma que os acusados tinham consciência dos riscos para pacientes imunossuprimidos e, ainda assim, permitiram a utilização dos órgãos.
As investigações apontaram que o PCS Labs Saleme operava sem alvará e não possuía licença sanitária para funcionar. Um relatório da Vigilância Sanitária encontrou 39 irregularidades nas instalações, incluindo a presença de sujeira, insetos mortos e formigas em bancadas de análise.