Ter à disposição uma estrutura adequada para a realização de perícias é tema que sempre desperta atenção entre policiais civis. Ocorre que, desde 2022, a Cidade da Polícia, no Jacarezinho, Zona Norte da cidade, possui um laboratório pronto, destinado à finalidade, mas que sequer foi inaugurado.
O Laboratório de Análises Periciais Ambientais e Microvestígios (Lapam) é fruto de um projeto coordenado por peritos, em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF). A iniciativa foi contemplada com R$ 200 mil pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).
De acordo com o deputado Carlos Minc (PSB), cujo mandato apoiou o projeto, o Lapam faz parte de um plano de construção de banco de dados para investigações de crimes contra a vida na região da Baixada Fluminense, área que apresenta altos índices de homicídios com baixo índice de solução, em comparação com diversos outros países.
“Após muitas tratativas com a Secretaria estadual de Polícia Civil (Sepol), o laboratório foi finalmente instalado em 2022, na Cidade da Polícia, mas até o momento — fevereiro de 2025! — ainda não foi inaugurado, correndo o risco de perder equipamentos importantes pela falta de uso e manutenção”, disse Minc.
Minc destaca tamanho do investimento no laboratório
O parlamentar destacou a grandiosidade do investimento — R$ 200 mil —, que poderia estar prestando uma importante contribuição para a resolução de crimes violentos, mas que “vem sendo desperdiçado dia a dia em função da morosidade de autoridades competentes”, sem que nenhuma justificativa plausível tenha sido dada para explicar o atraso de quase três anos na inauguração.
“Nosso mandato está empenhado em cobrar dos responsáveis uma definitiva solução para este atraso que prejudica a gestão eficiente da segurança pública e da população do Rio de Janeiro”, complementou Minc.
O TEMPO REAL procurou a Polícia Civil e questionou sobre a demora na inauguração do equipamento, bem como em relação à conservação dos equipamentos que lá estão.
A Superintendência-Geral de Polícia Técnico-Científica (SGPTC) informou que o laboratório é uma ferramenta auxiliar, vinculada ao Laboratório-Geral de Perícias Químicas do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), próprio para análises ambientais de baixa complexidade.
O espaço está em operação regular, e o LGPQ vem realizando análises ali quando há requisição de exame que seja compatível com as ferramentas disponíveis no local. Não há pendências nas análises solicitadas. Caso seja apresentada demanda, não há qualquer restrição ao imediato atendimento.
Considerando que ainda não há volume de demanda pericial registrada para o laboratório, a instituição estuda a viabilidade de criação de uma unidade administrativa autônoma, o que não gera nenhum impacto à prestação de serviços.