Portaria da Riotur, publicada no Diário Oficial desta segunda-feira (10), autoriza os blocos oficiais do carnaval de rua do Rio a buscarem patrocínio para seus desfiles. A medida também regulamenta a exibição das marcas durante o desfile — o que é essencial no relacionamento com os patrocinadores. Outra deliberação, também publicada no D.O., estabelece que, a partir de 2026, os blocos de rua vão receber incentivo cultural da prefeitura.
As duas notícias chegam como um alento ao carnaval de rua carioca, que vive uma crise por falta de recursos, e de ajuda oficial. Blocos tradicionais, como o Suvaco de Cristo e o Imprensa que eu Gamo, anunciaram o fim dos seus desfiles em 2025.
Até ontem, só a Dream Factory, vencedora da licitação para estruturar o carnaval de rua, tinha regras claras para receber dinheiro de patrocinadores. A empresa é responsável pela instalação de banheiros químicos e pela organização do trânsito, entre outras medidas. Mas os blocos, que colocavam os desfiles nas ruas, não tinham como arrecadar recursos — porque não havia clareza de como podiam exibir as marcas dos patrocinadores, por exemplo .
“E quem paga a bateria, o carro de som, as fantasias? O que adianta ter banheiro químico, se não tiver carnaval? As regras estabelecidas no caderno de encargos eram muito draconianas e injustas. Só a empresa era beneficiada”, explica Rita Fernandes, presidente da Sebastiana, a mais antiga liga de blocos do carnaval carioca.
Representantes do carnaval de rua negociam desde 2023
As negociações com a prefeitura começaram em 2023. Neste meio tempo, blocos importantes na história da cidade, como o Timoneiros da Viola, o Escravos da Mauá e o Bloco de Segunda desapareceram.
“Vínhamos explicando a situação, mas nada acontecia. Até que, em outubro do ano passado, conseguimos chegar ao prefeito Eduardo Paes, e ele entendeu tudo”, comemora Rita.
O novo presidente da Riotur, Bernardo Fellows, conta que havia uma zona cinzenta nas regras — não ficava claro o que a Dream Factory podia, o que cabia aos blocos.
”A portaria veio para esclarecer o que cada um pode fazer, qual é o papel da empresa e qual é o dos blocos. Ficou mais equilibrado”, disse Bernardo.
Muito legal ajudar os blocos no carnaval do rio de janeiro