Promotores do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (Gaeco) e agentes da Polícia Civil cumprem, nesta terça-feira (14), 15 mandados de prisão e 18 de busca e apreensão contra um esquema de venda ilegal de anabolizantes. A Operação Kairós é resultado de denúncia do MP à Justiça contra 23 pessoas pelos crimes de associação criminosa, falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais e crimes contra as relações de consumo.
Segundo as investigações, os produtos continham substâncias tóxicas e nocivas para seres humanos, como repelentes de insetos.
Miguel Barbosa de Souza Costa Júnior, o Boss, apontado como o chefe da quadrilha, foi preso em São Gonçalo. O grupo investigado patrocinava grandes eventos de fisiculturismo e atletas profissionais para alavancar as vendas. Em 6 meses, a 76ª DP (Centro de Niterói) identificou uma movimentação de mais de R$ 82 milhões com o negócio, anunciado em plataformas on-line e nas redes sociais. O Gaeco também obteve ordem judicial de bloqueio das contas dos denunciados.
Os mandados são cumpridos em endereços localizados na capital (Irajá, Vicente de Carvalho, Guadalupe, Méier e Olaria) e mais três municípios: Niterói, São Gonçalo, e Maricá. Também há um mandado de busca e apreensão no Distrito Federal.
As investigações identificaram as marcas Next Pharmaceutic, Thunder e Plus Suplementos como parte do conglomerado envolvido na venda de anabolizantes. Segundo os promotores, os produtos eram promovidos e vendidos por meio de sites e redes sociais, sem informações sobre os riscos à saúde, induzindo os consumidores a comportamentos prejudiciais.
As investigações tiveram início em meados de 2024, a partir de postagens identificadas pelo setor de Segurança dos Correios e comunicadas à Delegacia de Crimes Contra o Consumidor (Decon). Estima-se que, desde o início das investigações, tenham sido apreendidos 1.150 frascos contendo substâncias anabolizantes e que o grupo criminoso movimentou mais de R$ 82 milhões no período.
O Gaeco ressalta que, apesar de expressivo, o número de encomendas identificadas e retidas pelos Correios representa apenas cerca de 10% do total efetivamente distribuído pelo grupo. Os denunciados vendiam as substâncias para clientes localizados em 26 estados brasileiros.