A 15ª edição do Parlamento Juvenil da Alerj, realizada em parceria com a Secretaria Estadual de Educação, encerrou na última sexta-feira (29). Entre os 63 projetos de lei apresentados por estudantes de diversas regiões do estado, pelo menos seis focaram na depressão como tema central.
As propostas incluíram a criação de programas de apoio psicosocioemocional, campanhas de conscientização nas escolas e a instituição de uma semana dedicada ao combate à depressão.
O coordenador do projeto, deputado Danniel Librelon (Republicanos), destacou que os projetos que não foram votados na sessão de encerramento ainda podem ser analisados por sua equipe no Legislativo e protocolados para tramitação na Alerj.
Entre as propostas, o estudante Kelvin Valle, representante de Petrópolis, apresentou um projeto que busca instituir no calendário estadual a Semana de Conscientização, Combate e Prevenção à Depressão. Segundo Kelvin, sua motivação veio de um episódio com um amigo, que tentou suicídio.
“Propus alterar a Lei nº 7.711/2017 para ampliar seu alcance, levando ações como workshops para escolas durante o mês de prevenção ao suicídio, em setembro. Minha motivação veio da experiência pessoal com um amigo que tentou suicídio e dados alarmantes da OMS, que mostram o suicídio como uma das principais causas de morte entre jovens”, destacou.
O projeto de Kelvin foi um dos nove selecionados para votação na sessão de encerramento. Ele afirmou que pretende levar a iniciativa para sua cidade, para oferecer às crianças e jovens uma chance maior de superar a ansiedade e a depressão.
Acessibilidade em aplicativos de transporte
Outro destaque foi o projeto da deputada juvenil Lorenna Ferreira, de Sumidouro, que assegura às pessoas com deficiência o direito à acessibilidade plena em aplicativos de transporte de passageiros no estado do Rio de Janeiro. Lorenna justificou sua proposta com dados alarmantes: 79% das pessoas com deficiência entrevistadas já perderam compromissos devido à falta de acessibilidade nos trajetos.
Já Mariana Regly, de Cantagalo, apresentou um projeto que institui o Programa de Combate ao Analfabetismo Digital, buscando democratizar o acesso às tecnologias e reduzir desigualdades sociais. Mariana destacou que a inclusão digital é essencial para superar barreiras econômicas e sociais.
Bruna da Cruz Coelho, representante do Rio de Janeiro, propôs alterar a Lei nº 7270/2016 para instituir o Dia de Dandara e da Consciência da Mulher Negra, comemorado anualmente em 6 de fevereiro. A proposta inclui atividades em instituições públicas e privadas, além de abordar a importância de Dandara e da mulher negra nos currículos escolares.
Por fim, Isabelly Gomes, de Itaocara, apresentou o Programa de Incentivo à Redução de Demandas Reprimidas e Ampliação do Acesso ao Atendimento Especializado (PRDAAE), com o objetivo de otimizar os serviços de saúde e reduzir as filas de espera no SUS.
A diversidade de ideias dessa edição do Parlamento Juvenil demonstra o engajamento dos jovens fluminenses em propor soluções para questões sociais e estruturais, reforçando a relevância do protagonismo estudantil na construção de políticas públicas.