Durante a audiência pública desta terça-feira (12) sobre o orçamento municipal de 2025 para a Secretaria de Assistência Social, o vereador Pedro Duarte (Novo) — que mal chegou do intercâmbio de líderes emergentes nos Estados Unidos — questionou o secretário Adilson Pires sobre o cumprimento da meta de criação de 600 novas vagas de acolhimento institucional para pessoas em situação de rua previstas para 2024.
A resposta foi direta: nenhuma.
Pires admitiu que a secretaria não cumprirá a meta prevista do Plano Plurianual (PPA) e que a licitação em andamento deve garantir apenas 250 vagas. Ele culpou o estado pelo atraso, alegando que a parceria para reativar o Hotel Popular, próximo à Central do Brasil, falhou porque a reforma foi feita pela metade.
“O estado não concluiu a obra a tempo”, justificou o secretário, colocando o impasse na conta da gestão de Cláudio Castro (PL).
Com a cidade cada vez mais repleta de pessoas em situação de rua — o Censo 2022 apontou 7.865 pessoas vivendo assim —, a realização da audiência logo após as eleições foi, no mínimo, conveniente.
Poupou o prefeito reeleito Eduardo Paes (PSD) de munição pesada dos concorrentes.
Redução do Cartão Família Carioca
Com um orçamento previsto de R$ 499,4 milhões, a Assistência Social deverá ter apenas R$ 9,5 milhões para investimentos. Entre as ações destacadas estão as voltadas ao combate à pobreza e à fome. Adilson Pires admitiu a redução de R$ 8 milhões no orçamento do Cartão Família Carioca, mas assegurou que a meta de alcançar 54 mil famílias será mantida em 2025.
“Já beneficiamos 53.961 famílias, e o compromisso não é apenas numérico. Queremos que cada uma delas tenha segurança alimentar no próximo ano, e vamos conseguir com uma gestão eficiente”, afirmou, pontuando que a mudança para o sistema Caixa Tem vai reduzir custos administrativos. “Vamos cortar gastos burocráticos, não o apoio direto à população.”