Sob o som das vaias e dos protestos de servidores furiosos na Cinelândia, os vereadores da Câmara do Rio abriram a sessão desta terça-feira (12) como se nada estivesse acontecendo — a prioridade, claro, foi aprovar honrarias e homenagens. Foram 30 minutos quase cronometrados, tempo suficiente para garantir uma lista de 15 medalhas, sendo seis delas só de autoria do líder do governo, Átila Nunes (PSD). Em seguida, como se para fazer média com os manifestantes, os vereadores aprovaram a entrada gratuita de servidores municipais em eventos promovidos pela prefeitura.
Mas, em seguida, a sessão caiu por falta de quórum.
Enquanto os manifestantes se faziam ouvir nas galerias e mais de três mil trabalhadores protestavam do lado de fora, o presidente, Carlo Caiado (PSD), iniciou os trabalhos com a lista de requerimentos — urgentes — das honrarias. Quando a ordem do dia começou de fato, foram aprovados dois projetos — além da entrada gratuita, que a estação do BRT mais próxima a Vigário Geral seja batizada com o nome da favela. E a sessão caiu logo no terceiro item da pauta, por falta de vereadores em plenário.
A ideia era discutir os vetos do prefeito Eduardo Paes (PSD), mas ficou claro que as homenagens eram urgentes demais para esperar.