A CPI da Transparência, da Assembleia Legislativa (Alerj) ajustou seu foco para as agências de publicidade que prestam serviço para o governo estadual. O colegiado aprovou, nesta terça-feira (1º), convite a responsáveis pelas quatro empresas para a próxima reunião.
Os deputados aprovaram, por unanimidade, convite às agências Nacional, Propeg, E3 e Nova. A iniciativa foi tomada durante a oitiva do subsecretário de Comunicação do governo, Igor Marques, que também é aguardado nesta futura audiência. Embora menos tensa que reuniões anteriores, houve momentos de embate entre os deputados e o subsecretário.
Os deputados “espremeram” Marques por vários minutos até que ele revelasse quem era o “01” da publicidade, antes da unificação com a comunicação. O nome é Diego Faro, compadre e amigo de longa data do governador, ex-subsecretário de Ação Comunitária e candidato a vereador.
“A publicidade nunca deixou de estar ligada à Casa Civil. Temos na publicidade uma ação participativa. Hoje eu sou o coordenador da área publicitária. Tínhamos um funcionário, o Diego Faro, que era o responsável. Antes dele não lembro o nome de quem era”, afirmou Marques.
Relator da CPI, o bélico deputado Rodrigo Amorim (União) não ficou satisfeito. Para o parlamentar, o fato de o subsecretário ter titubeado em informar o nome do antecessor, mas ter mantido os integrantes do núcleo de publicidade que trabalhavam com Faro, representa uma contradição.
“Me parece contraditório que o senhor não tenha levado para uma missão peculiar alguém da sua confiança. O senhor pode ser muito habilidoso na retórica, mas eu também sou. Me causa espécie o senhor ter que fazer um esforço de memória para lembrar do seu antecessor, mas não do antecessor do seu antecessor”, esbravejou Amorim.
Transparência
Os deputados também indagaram Marques sobre a transparência dos gastos com publicidade. Presidente da CPI, Alan Lopes (PL) afirmou que os dados não estão de forma completa no Sistema Eletrônico de Informações (SEI) ou no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi).
“Não tem liquidação, ordem de empenho, nada”, disse Lopes, que propôs requerimentos de informação sobre os gastos e campanhas publicitárias, entre os anos de 2021 e 2024. A medida também foi aprovada por unanimidade entre os deputados que compõem a CPI.