A Polícia Federal e o Ministério Público do Rio (MPRJ) deflagraram, nesta terça-feira (10), a Operação Queda Livre, contra traficantes que movimentaram cerca de R$ 9 milhões. O nome da ação faz referência à queda de um helicóptero que transportava 164 kg de cocaína, em 2021.
Aproximadamente 40 policiais federais cumprem sete mandados de busca e apreensão nos municípios do Rio, Itaboraí e Lima Duarte/MG. Também foi determinado o sequestro de valores em nome dos investigados, de pessoas interpostas e de empresas de fachada, no montante de quase R$ 7,5 milhões.
De acordo com os promotores do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPRJ, a organização criminosa era responsável por fornecer e abastecer com drogas a facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP), no Complexo da Maré, mais precisamente na Vila do Pinheiro.
Entre os denunciados está Robson Martins dos Santos, conhecido como Douglas Castro, apontado nas investigações como líder da organização criminosa e fornecedor de drogas para o Terceiro Comando Puro no Complexo da Maré. Não foi possível localizar a defesa dele.
Após ser condenado em 2019 a 14 anos de reclusão por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, ele se refugiou no município de Lima Duarte, onde comprou a fazenda Rochedo, que passou a servir de entreposto para o transporte das drogas para a Maré.
Queda do helicóptero
A investigação começou a partir da queda de um helicóptero que transportava 164 kg de cocaína em Paraguaçu Paulista/SP, em 20 de maio de 2021, e da apreensão de 50 kg de cocaína que eram transportados por terra em Duque de Caxias, em 29 de julho daquele ano. Em ambos os casos, os responsáveis pelo transporte da droga foram presos em flagrante.
“As diligências realizadas permitiram a identificação de um grupo criminoso voltado ao fornecimento de drogas para comunidades do Rio de Janeiro, sendo responsável por movimentar mais de R$ 9 milhões ao longo dos últimos anos”, explicou a PF.
O líder da quadrilha dirigia as ações de seus comparsas para a obtenção de veículos e “mulas” que seriam utilizados para o transporte da droga, além da realização das funções de “batedor” da carga e de “laranja” para a ocultação do patrimônio obtido ilegalmente.
Os fatos investigados abrangem os crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de capitais, cujas penas, somadas, podem superar os 30 anos de prisão.