Nos seis primeiros meses de 2024, o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio (MPRJ) denunciou à Justiça 58 policiais civis e militares, entre ativos e inativos. O órgão ainda requereu o bloqueio de R$ 303.027.463,25 das contas de pessoas investigadas ou denunciadas por crimes como organização criminosa, tráfico de drogas, milícia armada, contravenção, pirâmide financeira e outras práticas.
Neste período foram oferecidas à Justiça 44 ações penais contra um total de 325 pessoas. Entre os denunciados, 92 são servidores e ex-servidores públicos; 29 policiais militares da ativa; 11 ex-policiais ou aposentados; 12 policiais civis; dois ex-policiais civis ou aposentados; um policial penal; e três delegados de polícia. Também foram denunciados três ex-prefeitos, cinco ex-secretários municipais e mais 26 outros prestadores de serviços públicos. No total, o grupo deflagrou 42 operações para cumprimento de mandados obtidos na Justiça.
O coordenador do Gaeco, promotor de Justiça Fabio Corrêa, explica que os números refletem a atuação ministerial em três aspectos: o combate às atividades das organizações criminosas; as investigações financeiras e patrimoniais; e as investigações em parceria com as corregedorias para o enfrentamento à corrupção praticada por agentes públicos.
Sobre o combate às ações criminosas, o promotor destacou que, para as investigações, não há diferença entre organizações criminosos e milícias.
“Essas facções e milícias já não têm mais uma dicotomia tão marcante. Elas aprenderam, umas com as outras, a realizar as mesmas práticas. E hoje, efetivamente, o que vale para cada um desses grupos é o território e toda a forma de exploração que eles possam exercer sob domínio em relação às pessoas que orbitam aquelas localidades”, disse o coordenador do grupo.