O governador Cláudio Castro (PL) fez um desabafo, neste domingo (25), no grupo de zap dos secretários estaduais. Reclamou que a turma do primeiro escalão não divulga as ações positivas do governo, nem defende as realizações da administração estadual dos ataques dos adversários.
Disse não esperar que seus secretários ajam como “gado da internet”, mas reclamou da apatia. Afirmou que, se exonerasse todos os comissionados indicados por estes secretários e nomeasse a metade no lugar deles, pusesse pessoas “que fizessem menos”, mas defendessem o governo, a administração estaria melhor avaliada.
Castro ainda disse esperar que os insatisfeitos tenham a honestidade de pedirem para sair.
O desabafo reflete um momento delicado do governo, em plena campanha eleitoral. Pesquisa Datafolha divulgada no último dia 23 revela que 64% dos eleitores rejeitam votar em candidato a prefeito do Rio apoiado por Castro. Levantamento anterior do Datafolha, de julho, mostrou que mesmo entre os apoiadores do seu partido, o PL, só um entre cinco aprovam a sua gestão. Dependendo do instituto de pesquisa, o Rio oscila entre o penúltimo e o último lugar entre os governos mais mal avaliados do país.
Num raro post de fim de semana, Castro havia comemorado, nas redes sociais, a operação do Batalhão de Ações com Cães da PM (BAC), que resultou apreensão de uma tonelada de drogas na Favela Nova Holanda, Complexo da Maré, neste domingo. A publicação foi divulgada para a imprensa — e no grupo de zap dos secretários. Integrantes do núcleo duro do Palácio Guanabara puxaram o coro das cobranças, dizendo que poucos secretários tinham comentado, ou mesmo curtido, a publicação do governador. Foi aí que Castro entrou com o desabafo.
A partir do puxão de orelhas, as postagens receberam uma chuva de comentários, corações coloridos e joinhas. Resta saber o quanto a onda “empolgada” vai durar.