Com a revogação de liminar obtida pelos proprietários, a Secretaria de Ordem Pública (Seop) e o Ministério Público retomaram, nesta quinta-feira (04), a demolição de um prédio de sete andares na Rua Flávio de Aquino, próximo ao Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes, área de atuação da milícia. Estima-se um prejuízo de R$ 13 milhões aos responsáveis.
No período de paralisação, os responsáveis reconstruíram todas as paredes internas do 2º ao 7º pavimento, além da fachada frontal e lateral do prédio. Com a liminar revogada, a demolição foi retomada de forma manual, uma vez que a utilização de máquinas e retroescavadeiras poderia abalar a estrutura dos prédios vizinhos.
O prédio residencial multifamiliar ocupa um terreno de aproximadamente 500 m² e é composto por um nível térreo mais seis pavimentos, sendo cinco em fase de acabamento e o último em fase de estruturas. A construção não atende aos parâmetros urbanísticos definidos para o local, onde é permitido apenas construções com até dois andares. O edifício possui oito apartamentos por pavimento, totalizando 48 unidades. Os responsáveis já haviam sido notificados sobre o embargo da obra e, mesmo assim, aceleraram as construções.
Já havia unidade sendo alugada por R$ 1.800. Uma das famílias, que estava no prédio há quatro meses, já havia recebido aviso de despejo do dono do apartamento pela dívida de um mês de aluguel. Duas famílias foram atendidas pela Assistência Social, mas não aceitaram acolhimento.
Desde 2021, a Prefeitura do Rio já realizou mais de quatro mil demolições de construções irregulares em todo o município, sendo 70% delas em áreas com atuação do crime organizado. A região mais afetada com as ações é a Zona Oeste e o bairro do Recreio dos Bandeirantes é o recordista de demolições. As ações causaram um prejuízo de aproximadamente mais de R$ 1 bilhão aos cofres dos responsáveis.