ATUALIZADA às 11h45, com a resposta da Secretaria estadual de Saúde.
Entre os dez maiores alvos de repasses do Fundo Estadual de Saúde nos primeiros primeiros meses de 2024, sete são Organizações Não Governamentais (ONGs) ou fornecedores. Apenas três fundos municipais ficaram entre os felizardos: de Duque de Caxias, de Nova Iguaçu e do Rio de Janeiro (e este, em nono lugar). Os dados estão disponíveis no portal da Secretaria estadual de Fazenda.
O Instituto de Desenvolvimento, Ensino e Assistência à Saúde (Ideas) recebeu, até o dia 28 de maio, R$ 313,3 milhões em repasses. Foi o primeiríssimo. O Ideas recebeu até mais que os fundos de Duque de Caxias (R$ 221 milhões) e de Nova Iguaçu (R$ 148,6 milhões), que foram os municípios mais beneficiados.
Dos 33 integrantes do ranking dos que mais receberam o dinheiro do Fundo Estadual de janeiro a 28 de maio, apenas sete são fundos municipais — além dos três primeiros, os de Mesquita, São João de Meriti, Bom Jesus do Itabapoana e São Gonçalo. Vinte e seis maiores recebedores de recursos são ONGs (a esmagadora maioria), concessionárias e fornecedores.
A secretaria respondeu, por meio de nota. Eis a íntegra:
“A Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) esclarece que somente três Organizações Sociais atuam como prestadores de serviço à Secretaria. São organizações que gerem unidades especializadas e com leitos, em sua maioria, de alta complexidade. Além disso, a comparação com os repasses aos fundos municipais não faz sentido porque eles recebem recursos de cofinanciamento, enquanto as prestadoras atuam em unidades estaduais.
O Ideas administra um complexo de saúde em São Gonçalo, que engloba o Hospital Estadual Alberto Torres, a UPA Colubandê, e o Hospital Estadual Prefeito João Batista Cáffaro, em Itaboraí. E ainda o Hospital Regional Zilda Arns, no Sul do estado, o Hospital Estadual Roberto Chabo, na região dos Lagos, e o Instituto Estadual do Cérebro (IEC), o primeiro do Brasil que recebe e trata pacientes com problemas neurológicos. O ato cirúrgico no IEC pode levar até quatro dias, como o caso da separação dos gêmeos craniópagos, conhecidas internacionalmente.
O complexo Alberto Torres (Heat), por exemplo, tem 375 leitos, a maioria de alta complexidade, sendo 125 leitos de terapia intensiva. Atende pacientes politraumatizados. Os repasses são, portanto, condizentes com o volume e o tipo de atendimento prestado por estas organizações”.