Saquarema está tendo que usar o bom senso no lugar do Censo no que se refere à sua população.
A cidade, cujo número de habitantes até bem pouco tempo atrás cabia no Maracanã, passou a receber uma onda de novos moradores atraídos pela oferta de mais qualidade de vida e oportunidades, após ter os cofres turbinados pelos royalties do petróleo.
Só que o crescimento tem sido a passos largos e, ao mesmo tempo, invisível aos recenseamentos e estimativas dos órgãos demográficos. E, com isso, os órgãos que lidam diretamente com o cidadão estão tendo que fazer suas próprias estimativas e justificativas para prestar um atendimento adequado.
Um exemplo é a vacinação, que é executada pelo município, mas calculada pelo Ministério da Saúde baseada em dados oficiais da União. Somente no primeiro trimestre desse ano, o número de vacinados (comprovadamente moradores de Saquarema) chegou, em alguns dos públicos-alvo, a mais de 100% do total. Caso da Tríplice Viral, com 114%; Poliomielite injetável, com 152%; DTP, com 156%; e Pneumo 10, com 161% para os menores de 1 ano de idade; e da Hepatite B, que em recém-nascidos atingiu incomuns 175% do total estimado pela União.
Na Educação, o panorama não é diferente: em 2023 inteiro, houve 17.652 matrículas nas escolas da rede municipal. Em fevereiro de 2024, já eram 18.126 e, agora em abril, chegou a 18.866 — com uma média de 12 alunos novos chegando a cada dia. Para resolver essa equação no ensino, tem sido empregada exatamente a verba vinda dos royalties, abrindo vagas em creches e inaugurando escolas com mais capacidade.
Detalhe curioso, é que o Censo do IBGE de 2022 apontou que moravam na cidade 89.559 pessoas. Já a Secretaria estadual de Saúde usa como base o número de 91.938 residentes desde 2021. Ou seja, segundo as bases de dados dos governos federal e estadual, a população ainda teria diminuído de 2021 para 2022.
Mas a conta, como se vê, não fecha.