A Polícia Civil do Rio prendeu em São Paulo, no fim da noite desta quinta-feira (11), dois suspeitos de negociar as 21 armas furtadas em setembro do ano passado do Arsenal de Guerra do Exército, em Barueri (SP).
Foi uma denúncia anônima que levou a polícia até Jesser Marques Fidelix, o Jessé, e Márcio André Geber Boaventura Júnior, que estavam em condomínio de luxo em Santana de Parnaíba. Eles seriam responsáveis pela negociação das armas com o Comando Vermelho e a milícia, na Gardênia Azul e Cidade de Deus, ambas na Zona Oeste da capital.
Em complemento às prisões, equipes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DPE) cumprem, nesta sexta-feira (12), nove mandados de busca em apreensão em endereços da Zona Oeste do Rio suspeitos de serem locais de venda das armas de guerra furtadas. Segundo a polícia, os alvos são “pessoas interpostas que gravitam em torno de Jessé e Márcio”.
Em novembro de 2023, duas metralhadoras foram encontradas no carro de Jesser, na Praia da Reserva, na mesma região onde o material seria vendido. Os dois são acusados de integrar uma quadrilha de tráfico de armas. Nessa época, outras 17 armas já tinham sido reintegradas após operações conjuntas do Exército com as polícias do Rio de Janeiro e São Paulo.
Em outubro, quatro metralhadoras ponto 50 e outras quatro MAGs, calibre 7.62, tinham sido encontradas em um carro roubado e abandonado em um dos acessos da Gardênia Azul; e cinco metralhadoras ponto 50 e quatro MAGs escondidas em um lamaçal em São Roque, no interior paulista, foram recuperadas.
Relembre o furto
Em 10 outubro do ano passado, militares do Arsenal de Guerra do Exército, localizado em Barueri, na Região Metropolitana de São Paulo, tornaram público o sumiço de 21 metralhadoras (13 delas de calibre 50, do tipo antiaérea; e outras oito de calibre 7,62).
Uma investigação conduzida pela própria instituição já apontava como furto ou extravio as possíveis motivações do roubo. O Exército concluiu em fevereiro a investigação e indicou a participação de pelo menos oito pessoas no desvio de metralhadoras e fuzis.
A Justiça Militar da União (JMU) aceitou denúncia e tornou réu quatro militares e quatro civis que tiveram participação direta ou indireta no crime, entre eles o tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, então diretor da unidade, além de um primeiro-tenente e dois cabos.