A Polícia Federal deflagrou , na manhã desta quinta-feira (4), a Operação Ficção ou Realidade contra o tráfico internacional de armas e outros materiais bélicos vindos dos Estados Unidos, com seu comércio ilegal no Brasil. Os agentes cumprem seis mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e no Paraná.
O comércio do material contrabandeado seria feito por facções criminosas e milícias. Uma das quadrilhas contratou uma empresa do ramo de efeitos cinematográficos para armazenar o armamento de forma ilegal, sob o pretexto de guardar “materiais de efeito não lesivo destinados ao serviço de show pirotécnico”, evitando suspeitas sobre a atividade.
O alvo principal da PF é o advogado Fernando Humberto Henriques, que foi condenado em 2015 pela Justiça Militar por calúnia, além de ser investigado por desvio de armas do Exército em 2020. Naquele ano, ele depôs como testemunha de defesa no julgamento de Ronnie Lessa, réu confesso da morte da vereadora Marielle e do motorista Anderson Gomes.
Em janeiro deste ano, autoridades dos Estados Unidos apreenderam, em Miami, 261 carregadores de alta capacidade, utilizados por milicianos e traficantes para exercer domínio territorial “visto que comportam até 90 munições de grosso calibre e alto poder destrutivo”, segundo a PF; e 88 acessórios de conversão de armas de fogo, o “Kit Roni”, que dá maior precisão e estabilidade ao armamento. O material seria enviado clandestinamente ao Brasil.
A operação desta quinta contou com o apoio da Homeland Security Investigations (HSI), o principal braço investigativo do Department of Homeland Security (DHS) dos Estados Unidos. Os investigados vão responder pelos crimes de tráfico internacional, associação criminosa e comércio clandestino de armas de fogo e acessórios. A pena, caso eles sejam condenados, pode chegar a 31 anos de prisão.
Com informações do G1 e O Globo