Agentes da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHSGNI) fizeram uma operação, na manhã desta quarta-feira (03), para prender dois suspeitos de participar do assassinato de uma família em Niterói, na Região Metropolitana, em 18 de março. Depois que o carro em que estavam foi alvejado, Filipe Rodrigues, de 24 anos, e Rayssa dos Santos Ferreira, de 23, morreram no local. O filho deles, Miguel Filipe, de 7 meses, chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu.
Um dos suspeitos, Wesley Pires da Silva Sodré, de 34 anos, foi preso em São Gonçalo, cidade vizinha de Niterói. Ele é relacionado com o tráfico e teria participado do plano do assassinato de Filipe Rodrigues, de 24 anos. O mandante do crime teria sido Lucas Lopes da Silva, o Naíba, apontado como chefe do tráfico no Morro do Castro. Ele está sendo procurado e é considerado foragido.
A motivação do crime teria sido um “golpe” dado por Filipe no tráfico. Segundo as investigações, ele teria se passado por policial militar e cobrado R$ 50 mil para entregar um suposto informante. Filipe teria fornecido dados sobre o “x-9” mediante o pagamento de R$ 11 mil divididos em duas parcelas. No dia 15 de março, houve uma emboscada contra esse informante, e Wesley teria participado de sua captura. A pessoa está desaparecida.
Nos dois dias seguintes, Filipe teria negociado os R$ 39 mil que restavam de seu pagamento. Nesse tempo, os criminosos teriam descoberto a verdade — que ele era não um policial, mas sim gesseiro e motorista de aplicativo. Por conta disso e também por Naíba achar que ele tinha muitas informações comprometedoras contra a quadrilha, decidiram matá-lo.
No dia 17 de março, Wesley havia combinado de pagar a quantia restante a Filipe. O ponto de encontro foi modificado diversas vezes pelo traficante. O carro onde estava a família, um Voyage branco, foi sendo atraído para cada vez mais perto do Morro do Castro, onde dois homens em uma moto alvejaram o veículo. Rayssa não era alvo dos traficantes, mas estava no banco de trás e morreu tentando proteger o filho deles.
No começo das investigações, falou-se de um empréstimo de R$ 5 mil como a motivação do crime. O padrasto de Raissa, contou que Filipe tinha comentado que tinha marcado para aquele domingo de recolher R$ 5 mil que pegaria emprestado para dar entrada em uma casa. Só que esse valor, na verdade, seria os R$ 50 mil combinados com os traficantes