O conjunto histórico da Fundação Oswaldo Cruz, em Manguinhos, Zona Norte do Rio, poderá ingressar no seleta lista de Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a Unesco. O instituto também está na lista indicativa de de locais que podem se tornar Patrimônio da Humanidade Cultural, Natural e Misto. As indicações da fundação são inéditas.
Compõem o conjunto o Pavilhão Mourisco – o Castelo, inspirado nos traços da cultura hispano-mulçumana; que abriga a sede do Instituto, sua presidência; e o Museu da Vida. Foi erguido pelo arquiteto português Luís Moraes Jr. entre 1905 e 1918, tendo como referência o Instituto Pasteur, de Paris
O Pavilhão do Relógio, de arquitetura inglesa, carrega este nome graças ao relógio de sua torre central, que funciona até os dias atuais. Este pavilhão também foi projetado por Moraes Jr., a pedido de Oswaldo Cruz, para o armazenamento da produção do soro usado no combate à peste bubônica. Por esse motivo seu apelido é “Pavilhão da Peste”. Ali existia uma enfermaria para cavalos, onde aconteciam as inoculações e as sangrias desses animais para produção do soro.
O terceiro membro do conjunto é o Quinino, nome pelo qual o Pavilhão Figueiredo de Vasconcelos é popularmente conhecido. O nome vem da Quinina, uma droga que era prescrita a pacientes com Malária e que era produzida neste espaço. Construído entre o anos de 1919 e 1922, ele abrigou o Serviço de Medicamentos Oficiais e atualmente é onde funcionam os serviços administrativos da fundação.
O período moderno trouxe o acréscimo do Pavilhão Arthur Neiva, projetado pelo arquiteto Jorge Alfredo Guimarães para atender à área de ensino. O edifício conta com um painel de azulejos pintado por Burle Marx, com formas azuis inspiradas em microrganismos.
A Fiocruz não é o único representante entre os novos indicados: a Chapada do Araripe, localizada entre os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí, também disputa a candidatura. Ao todo, o Brasil conta com 23 Patrimônios Mundiais.