Rafael Aguiar, presidente da Câmara de Vereadores e prefeito interino de Búzios, está escrevendo o roteiro para se efetivar no cargo — mas por linhas tortas.
O moço era filiado ao Republicanos. Depois que o prefeito Alexandre Martins, do mesmo partido, foi cassado pela Justiça Eleitoral, Rafael se transferiu para o PL. Até porque, o Republicanos avisou que não lhe daria legenda para disputar a eleição suplementar, marcada para 28 de abril.
Acontece que, com a mudança, ele desrespeitou a regra segundo a qual todos os candidatos devem estar filiados aos seus partidos pelo menos seis meses antes da eleição. É bom frisar que, apesar de o PL apostar que não, a norma vale também para uma eleição suplementar.
É só lembrar o caso de Jaime Figueiredo que, em 2020, ganhou, mas não levou o cargo de prefeito de Silva Jardim. A razão? Tinha menos de seis meses de filiação ao PROS quando participou da eleição suplementar.
Mas os planos do PL e de Rafael já preveem, segundo os entendidos, a possibilidade de acontecer este “revés”. A ideia é inscrever o rapaz. Como o calendário é muito curto, não vai dar tempo de impugnar a candidatura dele em definitivo — então, ele estará nas urnas de qualquer maneira. Usando a máquina a seu favor, tentará ficar em primeiro lugar, sendo então o eleito (Búzios não tem dois turnos).
Do jeito que a Justiça é lenta, vai demorar para a eleição ser anulada. E, quando isso acontecer, ele volta à cadeira de prefeito interino como presidente da Câmara. Como não vai dar tempo para outra eleição suplementar, fica nela até a eleição regular, em outubro.
É o famoso jogo do ganha ganha. Só resta combinar com os russos. E com o eleitor.