A emenda 24, de autoria de dois Felipes de Bangu — o Pires (PT) e o Jorge (PP) — foi protagonista na votação da nova Lei dos Puxadinhos do prefeito Eduardo Paes (PSD), na última quarta-feira (05).
O tal “mais valerá” aprovado vai permitir a ampliação de shoppings, supermercados e hospitais.
Mas, a emenda em questão excluía o Shopping Bangu dos benefícios da lei. E estava tudo certo para ser aprovada, mas eis que surgiu mais um Felipe — também da Zona Oeste — para complicar o roteiro.
Felipe Boró (do PSD de Paes) pediu que a emenda fosse votada em destaque, sob o argumento de que a fachada do Shopping Bangu já era tombada — e que não havia problemas em se erguer um prédio no estacionamento do centro comercial.
Tudo em nome do desenvolvimento econômico da região, claro.
A enrascada dos Felipes
Quando a votação estava em 22 favoráveis e 20 contrários, bateu o desespero na dupla autora da emenda. Felipe Pires pediu ao presidente Carlo Caiado (PSD) que encerrasse a votação — esquecendo que era necessária a maioria absoluta, ou seja, 26 votos a favor, para a mudança passar.
Ao ver que a emenda seria arquivada — e que crescia o risco de um prédio ser erguido no terreno do shopping, escondendo a bela fachada da antiga fábrica de tecidos Bangu — o ex-presidente Jorge Felippe correu para usar o peso de sua experiência em plenário.
Mas, como estava sem gravata, teve de pedir o adereço emprestado — e logo a Boró, o terceiro Felipe, justamente o alvo de suas críticas.
No meio da confusão, a emenda foi rejeitada.
O crédito foi para o líder do PT
Mas, por fim, venceu a maioria — de Felipes.
Dois dias depois da batalha em plenário, Paes assinou — e registrou nas redes sociais — um decreto ampliando o tombamento do Shopping Bangu, para proibir a construção de novas edificações no local.
Ele creditou a medida a um pedido de Felipe Pires, líder do PT na Câmara, que tanto brigou para proteger o estabelecimento do novo “mais valerá”.

