Duas décadas após sua estreia, a atriz Adriana Rabelo retorna aos palcos com a premiada obra Visitando Camille Claudel, um espetáculo que resgata, de forma poética e visceral, a trajetória da escultora francesa cuja genialidade foi silenciada pelo machismo e pela exclusão. A reestreia acontece de 2 a 25 de agosto, sempre aos sábados, domingos e segundas, às 20h, no Teatro Gláucio Gil, em Copacabana.
Mais do que uma biografia cênica, o monólogo mergulha nos abismos e nas alturas de Camille Claudel – artista que ousou ser mulher e profissional num mundo comandado por homens, e acabou internada compulsoriamente.
A montagem, escrita e dirigida por Ramon Botelho, entrelaça arte e sofrimento, amor e reclusão, com uma narrativa que aborda temas tão urgentes quanto universais: equidade de gênero, saúde mental e a luta antimanicomial.
Camille Claudel: esculpida pela arte e marcada pelo silêncio
Gênio precoce, Camille Claudel desafiou os limites impostos às mulheres de sua época. Em Paris, viveu um amor tempestuoso com Auguste Rodin- relação que foi tão criativa quanto destrutiva. Rejeitada por uma sociedade que não perdoava sua independência, Camille se recolheu ao ateliê, esculpindo formas carregadas de dor e beleza. Internada contra sua vontade, viveu 30 anos num hospital psiquiátrico, mesmo com laudos médicos atestando sua sanidade.