A vereadora Maíra do MST (PT) enviou um requerimento à Secretaria Municipal de Educação, nesta quarta-feira (26), solicitando informações e providências sobre os efeitos das operações policiais nas escolas do Rio. O pedido ocorre após uma ação da Polícia Civil de hoje, que deixou um aluno de 12 anos baleado dentro do Ciep Hélio Smidt, no Complexo da Maré.
De acordo com dados do Instituto Fogo Cruzado, entre 2022 e 2024 cerca de 2 mil tiroteios aconteceram próximos a escolas na cidade, a maioria a menos de 300 metros das instituições de ensino. Nesta quarta-feira, a operação também interditou o trânsito na Linha Amarela, na altura da Vila do João, onde agentes da Core intervieram para evitar um confronto entre facções rivais.
“Não dá mais para tolerar que uma política que se diz de segurança pública torne até mesmo a sala de aula um local inseguro para nossas crianças e adolescentes. Até quando o governador Cláudio Castro (PL) vai usar a necropolítica e o sangue dos favelados como palanque eleitoral?”, questiona a vereadora.
Operações policiais afetam a rotina de escolas no Rio
No requerimento, que abrange o período de 2020 até o primeiro semestre de 2025, Maíra questiona quantos alunos foram impactados pela suspensão das aulas nos dias de operações policiais, quantas escolas tiveram suas atividades suspensas ou precisaram ser fechadas, e quantos profissionais foram dispensados com o fechamento das unidades escolares.
A parlamentar também cobra que a Prefeitura do Rio informe e divulgue as medidas e protocolos adotados pelo poder público para mitigar os danos e as violações de direitos decorrentes das operações policiais. O prazo para resposta é de 30 dias corridos.
“De maneira recorrente, tenho recebido em meu gabinete diversas denúncias e questionamentos sobre quais medidas são adotadas pela prefeitura para proteger crianças e adolescentes dentro das escolas. Exigimos que a Secretaria Municipal de Educação sistematize esses dados e tome providências efetivas para prevenir e reduzir os danos e violações de direitos humanos causados pelas operações policiais nas favelas”, conclui Maíra.

