A tragédia no Rio Grande do Sul completa um mês na próxima segunda-feira (27) e a calamidade é classificada como a pior catástrofe climática que atingiu o território gaúcho. Essa situação acendeu um alerta na população em relação a possíveis medidas preventivas em outros estados do país, como no Rio de Janeiro — que, só neste ano, teve o município de Petrópolis declarado em situação de emergência por conta dos fortes temporais, assim como cidades da Baixada Fluminense.
O presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ), Sydnei Menezes, afirmou que o estado do Rio deve atuar em “duas grandes ações governamentais” para a prevenção dos estragos causados pelos grandes temporais e pelas enchentes decorrentes das “mudanças climáticas ou, se preferir, das mutações climáticas”, que estão cada vez mais frequentes.
Para além de cidades do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, já que 68% dos municípios de todo Brasil não estão preparados para lidar com calamidades similares às enfrentadas pelos gaúchos — é o que demonstra o levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM).
O presidente do CAU/RJ ressaltou que “uma dessas ações é limpeza, manutenção, conservação das suas galerias, das redes pluviais, limpeza de córregos, rios e canais. Isso costuma ser realizado, mas é preciso que essa iniciativa seja feita de forma bem intensa, inclusive nos períodos em que não ocorrerem as chuvas”, disse.
Ainda de acordo com Menezes, a outra alternativa seria a resolução da “ocupação irregular nas áreas marginais de rios e canais, porque essas áreas são áreas naturais de extravasamento e de transbordo das enchentes de rio”. O que, claro, não vem acontecendo por aqui, e nem pela maioria das cidades brasileiras.