O secretário estadual de Transportes e presidente do MDB, Washington Reis, já anunciou projeto que não tinha combinado com o governador Cláudio Castro (PL) — e viu o chefe tomar a decisão impopular de desautorizar, publicamente e ao vivo na TV, uma redução no preço das passagens de trem e metrô no Rio. Mesmo com todo o desgaste, ele continua com o seu lugar quentinho no Palácio Guanabara.
Logo depois, promoveu uma reunião para anunciar a expansão do metrô — o que sempre soa como música aos ouvidos dos moradores do Rio, embora poucos acreditem que o projeto vá mesmo sair do papel. Nada de Castro presente no evento. Mas o prefeito Eduardo Paes (PSD), sim. E o pré-candidato de oposição ao governo do estado ainda aproveitou a oportunidade para arrancar elogios do coleguinha de São Gonçalo, Capitão Nélson, o mais popular prefeito eleito pelo PL de Castro.
Ou seja, Washington deu o passe de letra para Paes fazer um golaço político na acirrada pré-disputa com o candidato do governo, o presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar (União Brasil). Daí que não surpreendeu ninguém o fato de, em entrevista recente, Paes ter dito que “sempre vai estar junto” com Washington, lembrando que o secretário apoiou sua candidatura ao governo em 2018.
Ninguém viu qualquer gesto do governador para desmontar o palanque.
Apesar de inelegível, Washington diz que é pré-candidato a governador
Washington está inelegível, mas recorre de uma condenação por crime ambiental. Diz que é pré-candidato ao governo do estado, mas há quem aposte que ele está de olho no Senado — cargo que deverá ser disputado por Castro. Nem assim, o governador tenta pôr qualquer tipo de freio no ex-prefeito de Caxias.
Aliados de Castro e de Bacellar estão inquietos com os sinais emitidos pela performance de Washington — e, principalmente, pela falta de reação do governador. A grande incógnita entre os integrantes da base governista é quando — e se — alguém vai parar o presidente do MDB.