Líder política ligada à defesa dos Direitos Humanos, a ex-vereadora Teresa Bergher ficou indignada com os apelos da vereadora tucana Talita Galhardo para que a população não distribua quentinhas aos mais necessitados. Teresa é a presidente municipal do PSDB, portanto, correligionária de Talita.
“Esta declaração desumana e absurda ainda teve o agravante de ter sido feita no dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Para a vereadora Talita, pobre é sinônimo de bandidagem? Ela esquece que os maiores criminosos, os maiores ladrões, não comem quentinhas, mas queijos importados e muito caviar”, questiona Teresa.
Talita gerou intensa polêmica nas redes, ao publicar um vídeo em que orienta os cariocas a não oferecerem refeições a pessoas em situação de rua. Recebeu muitas críticas, mas também declarações de apoio.
Teresa Bergher já foi secretária de Assistência Social e Direitos Humanos
A ex-vereadora, que já foi secretária municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, lembrou de casos semelhantes de políticos contrários à caridade. Como o ex-deputado federal Índio da Costa, que apresentou um projeto de lei, nos tempos em que batia ponto na Câmara do Rio, proibindo as esmolas.
Outro caso emblemático foi o da então vereadora Leila do Flamengo, que, em 2013, afirmou ser “hipocrisia dizer que mendigo tem o mesmo direito que os cidadãos”. As declarações geraram reações indignadas de colegas parlamentares, a começar pela então presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Teresa Bergher. Na época, a vereadora disse que foi mal-interpretada.
“Agora, espera-se também uma retratação de Talita. Não é possível que ela tenha dito o que disse”, lamentou Teresa.

