Habitualmente contraditório, o advogado Victor Travancas tomou posse do cargo de diretor geral do Arquivo Público do Estado. No começo do mês, o moço havia garantido que não tomaria posse da nova função porque “não entende nada” de arquivo público.
Cláudio Castro (PL) nomeou Travancas após exonerá-lo do cargo de subsecretário adjunto do gabinete do governador. O advogado chegou a acusar o governo de querer mantê-lo refém enquanto a publicação de sua saída não acontecia.
Travancas dizia que tentava, desde fevereiro, sua exoneração, que só saiu em dezembro, mas acompanhada da nova nomeação. Jurou de pés juntos que não assumiria o novo posto para poder “advogar contra o governo, porque não serei mais servidor”.
“Consegui o que queria, e não vou para a direção do Arquivo Público, do qual eu não entendo nada. Sou do compliance, não tenho nada a ver com arquivo”, disse, em 3 de dezembro.
Tudo mudou. Travancas não só tomou posse — com direito a arte especial para divulgar a nova empreitada — como prometeu fazer do arquivo um verdadeiro canhão, o tornando uma autarquia e realizando concurso público. Só que na prática a função não passa de uma geladeira do Palácio Guanabara.