A data de 15 de fevereiro de 2022 entrou para a história de Petrópolis por uma das piores tragédias climáticas já vividas pelo município da Região Serrana. O volume de chuva chocou ao carregar morros, ônibus e deixar um rastro de destruição pela Cidade Imperial. Foram 235 mortos e dois desaparecidos neste dia – número que aumentou com mais sete vítimas em 20 de março. Dois anos depois do desastre, os moradores ainda sofrem impactos dos deslizamentos, veem obras inacabadas e outras que ainda nem saíram do papel.
Segundo a prefeitura, 192 obras de grande e médio porte entraram no radar para serem executadas desde 2022. Dessas, 115 já estão concluídas, 51 estão em andamento e 26 ainda estão em fase de licitação. A maior parte dos recursos, mais de R$100 milhões, está sendo destinado aos serviços de contenção de encostas, com 79 obras finalizadas e outras 19 em andamento.
Bairro mais afetado e com maior número de vítimas, o Alto da Serra ainda segue com intervenções de contenção e drenagem. A maior delas é no Morro da Oficina, onde o deslizamento provocou 93 mortes. O trabalho no local foi dividido em três lotes: entre o Hipershopping e a Rua Hercília Moret; entre as ruas Professora Hercília Moret e Frei Leão; e do início da Rua Frei Leão até a Rua Oswero Vilaça -, com contenções e drenagem.
Na primeira área, de acordo com o município, a construção de uma barreira dinâmica no alto da encosta está com 78% de conclusão. A prefeitura diz ainda que, no Morro da Oficina, será necessário demolir 245 casas. As indenizações vão variar de R$ 90 a R$ 230 mil, totalizando R$ 30 milhões.
Mas nem todas as regiões foram contempladas ainda. Na Rua José da Costa Carvalho Filho, na Castelânea, moradores reclamam que nenhuma intervenção foi feita nesses dois anos. Na Rua Vinte e Quatro de Maio e Rua Nova, na área central, o estado assumiu as intervenções. A obra de contenção acabou, mas os moradores ainda se sentem inseguros em relação ao serviço.
Infraestrutura e habitação
O governo do estado afirma que, desde a tragédia de 2022, já investiu R$ 700 milhões no município. Desse total, R$ 315 milhões foram aplicados em nove obras de infraestrutura, que incluem o reforço estrutural do túnel extravasor, drenagem, contenção de encostas e recuperação de ruas. A segunda fase de recuperação do túnel, com investimento de R$ 41 milhões, está em andamento.
No âmbito da habitação, não foi iniciada a construção de nenhuma moradia para atender as famílias que perderam suas residências. Em janeiro deste ano, o estado lançou chamamentos públicos para selecionar empresas que vão construir, pelo programa Minha Casa, Minha Vida, 140 unidades no Mosela e outras 84 em Benfica, Itaipava. Há mais 70 previstas em conjunto a ser erguido no Vale do Cuiabá
O número de moradores que receberam o aluguel social depois da tragédia de 2022 chegou a cerca de quatro mil famílias. Atualmente, mais de três mil recebem o benefício. Na semana passada, o prefeito Rubens Bomtempo assinou a autorização para o chamamento público para contratar uma empresa que vai construir 170 unidades na Estrada da Saudade.
Com informações da TV Rio Sul e Diário de Petrópolis