Auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) identificou falhas graves de planejamento na retomada das obras do Museu da Imagem e do Som (MIS), em Copacabana, durante o início da gestão do governador Cláudio Castro (PL), em 2021.
Segundo o relatório aprovado em plenário, o governo do estado reiniciou as intervenções sem avaliar o estado do canteiro após seis anos de paralisação — o que resultou em infiltrações, ferrugem e danos a materiais armazenados sem proteção. O despreparo levou ao rompimento de contratos e a uma nova interrupção da construção. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
A obra começou em 2010 e deveria ter sido concluída em 2012. Desde então, foram pelo menos três tentativas de retomada. A mais recente, no fim de 2023, envolve dois novos contratos: um de R$ 68,8 milhões para finalização da parte interna, e outro de R$ 12,1 milhões para concluir a fachada.
Mesmo com as novas empreiteiras, os problemas persistem. Seis meses após o reinício, as construtoras pediram um aditivo de 5% no valor do contrato, alegando a necessidade de serviços não previstos, como a retirada de entulho. O aditivo foi aprovado internamente, mas ainda não assinado.
O TCE também criticou a falta de coordenação entre contratos. Em 2021, a MPE Engenharia assumiu as obras enquanto o estado ainda negociava a reativação de outro contrato com a empresa portuguesa Seveme, responsável pela fachada — o que acabou atrasando ainda mais a execução.
Em nota encaminhada à Folha, a Secretaria estadual de Infraestrutura informou que instaurou uma sindicância para apurar as falhas e disse que o aumento de custos foi motivado por ajustes técnicos após testes e alterações no projeto. O governo estadual promete entregar o MIS até dezembro de 2025. O valor total da obra já ultrapassa R$ 180 milhões.