O Sindicato dos Médicos e a Comissão de Saúde da Câmara do Rio apresentaram denúncias ao Ministério Público e à Defensoria Pública sobre o que estão chamando de esvaziamento arbitrário na fila do Sistema de Regulação (Sisreg). No documento, afirma que cerca de 90 mil solicitações de procedimentos médicos foram devolvidas, apenas em 12 horas do último fim de semana, o que significa que pessoas foram retiradas da fila de consultas e exames. A Secretaria municipal de Saúde nega.
A denúncia afirma que médicos das Clínicas da Família tiveram milhares de solicitações devolvidas com mensagens padronizadas, sem explicações, com pedidos para que os pacientes fossem reavaliados. A estimativa é que, em média, tenha havido 400 devoluções em cada uma das mais de 230 clínicas.
Ainda de acordo com o levantamento do sindicato, cerca 4.500 crianças com suspeita de autismo saíram da fila de avaliação multiprofissional e outras seis mil com alteração neurológica tiveram pedidos de reabilitação intelectual pediátrica devolvidos. A análise aponta ainda que 90% das ressonâncias de crânio foram devolvidas, o que representou 3.300 pessoas.
Presidente da Comissão de Saúde da Câmara, o vereador Paulo Pinheiro (PSOL) também encaminhou requerimento de informações à Secretaria de Saúde para pedir detalhamento e explicações do “Mutirão da Regulação”.
“Não estamos acusando, apenas pedindo explicações. Os médicos vão ter que rever caso a caso, o que prejudica e atrasa o tratamento. Só espero que isso (devoluções) não seja usado durante a campanha eleitoral com argumento que reduziram a fila. O que estamos discutindo é uma questão técnica. A fila não foi reduzida, foi amputada”, criticou Paulo Pinheiro.
O que diz a secretaria
De acordo com a Secretaria municipal de Saúde (SMS), a denúncia do Sindicato dos Médicos de esvaziamento da fila não tem “qualquer respaldo nos dados oficias do sistema” e trata-se de “oposição política”. No entanto, não esclareceu o número de devoluções no mutirão.
Em nota, a pasta afirma que a devolução de solicitações “ocorre regularmente quando há dúvidas sobre a indicação do exame ou consulta, para que o médico solicitante apure ou corrija as informações e o paciente possa voltar para exatamente o mesmo lugar da fila onde estava antes”. Afirma ainda que, “historicamente, a SMS tem hoje o menor número de devoluções, saindo de 333.290 ao final de 2020 para 143.904 em 2024 e que os mutirões do Sisreg foram feitos várias vezes ao longo dos últimos quatro anos para essa qualificação das filas e identificação e agendamento dos casos de urgência”.
A secretaria afirma ainda que, “nos últimos quatro anos, triplicou a oferta de procedimentos à população pelo Sisreg e reduziu o tempo de espera pela metade”. Informa que, “desde 2021, agendou 5.910.381 consultas e procedimentos, sendo 1.506.789 apenas em 2024 até julho”. O tempo de espera está, em média, em 75 dias.
Sobre o levantamento quanto ao atendimento a avaliação de autismo, “informa que foram inaugurados três novos serviços especializados que nunca existiram no SUS da cidade. Eles foram responsáveis por garantir uma oferta de 4.929 vagas de 2023 a julho de 2024”.
No caso das ressonâncias, informou que “saiu de uma oferta de 19.698 vagas em 2020 para 75.731 em 2023. Em 2024, até julho, foram 45.114 vagas disponibilizadas”.
a informação é verdadeira, houve nos ultimas horas varias devoluçoes com textos “copia e cola”
Vários amigos tiveram sim, seus pedidos de exames suspensos, alguns tiveram até que recorrer a empréstimo para poderem pagar os exames por serem de tratamento cirúrgico e, ou de risco. O médico pede encaminhamento para hospitais e encaminham para consultórios que não farão a cirurgia. É brincar muito com quem já está sofrendo.