Marcada para as 11h30 desta quarta-feira (03), a sessão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) para iniciar o processo ético-disciplinar contra Lucinha (PSD) está cercada de cuidados e será restrita apenas aos deputados integrantes do colegiado. Os assessores dos parlamentares já foram avisados que não poderão participar.
A reunião, que vai escolher o relator do caso, ocorre dois meses depois de o plenário decidir que Lucinha voltaria ao mandato, mas responderia a uma investigação na Casa. O processo que pode resultar na cassaão do mandato da parlamentar só foi enviado pela procuradoria da Alerj na semana passada, dia 26 de março. A deputada é investigada pela Polícia Federal e Ministério Público por suspeita de ligações com a milícia de Zinho, na Zona Oeste.
Além de escolher o relator, o grupo vai definir o cronograma com os próximos passos do processo, que deverá ser concluído em até 120 dias. Depois de todo o trâmite, a decisão dos sete membros do Conselho de Ética é publicada através de um projeto de Resolução e a votação é levada ao plenário. Se a opção for pela cassação, o afastamento só ocorre com aprovação de maioria absoluta dos parlamentares, ou seja, 36 dos 70.
Presidido pelo deputado Júlio Rocha (Agir), o Conselho é composto pelos deputados Martha Rocha (PDT), Jorge Felippe Neto (Avante), Felipinho Ravis (Solidariedade), Dani Monteiro (PSOL), Renato Miranda (PL), Cláudio Caiado (PSD). Também foram convocados os suplentes Dionísio Lins (PP) e Andrezinho Ceciliano (PT).
Relembre o caso
Lucinha foi alvo de operação da Polícia Federal no dia 18 de dezembro, por suspeita de envolvimento com a maior milícia da Zona Oeste. Na ocasião, a Justiça determinou o seu afastamento do cargo.
A deputada ficou fora da Alerj por dois meses, e voltou ao mandato no fim de fevereiro após votação dos colegas, tornando-se imediatamente ré no Conselho de Ética. No momento, a parlamentar está de licença médica. Ela afirmou ter levado um tombo em casa e fraturado duas costelas.
De acordo com o MP, Lucinha é suspeita de interferir na segurança pública do Rio para a soltura de milicianos presos em flagrante; tentativa de mudança no comando do batalhão da PM em Santa Cruz, área sob domínio do Zinho; vazamento de informações sobre operações policiais para captura de milicianos; suspeita de atuação política para favorecer o transporte público de vans sob comando da milícia, na Zona Oeste.