Há exatamente um mês, o Rio de Janeiro acompanhava apreensivo as três horas em que 16 pessoas foram mantidas reféns em um ônibus da Rodoviária Novo Rio e se uniu na torcida por Bruno Lima da Costa Soares, 34 anos. O petroleiro que levou três tiros no sequestro, e chegou a ficar em estado gravíssimo, agora respira sem ajuda de aparelhos e já caminha ao redor do leito.
Bruno saiu do CTI do Hospital Samaritano no dia 26 de março, mas precisou retornar ao centro de terapia intensiva há quatro dias, quando passou pela terceira cirurgia desde que foi baleado. Ele foi submetido a um procedimento de drenagem, sob anestesia geral, pois apresentou acúmulo de líquidos (derrame) em volta do coração e dos pulmões.
De acordo com boletim da unidade desta sexta-feira (12), Bruno já saiu do CTI novamente e segue com boa evolução clínica, aceitando dieta por via oral e caminhando ao redor do leito da unidade semi-intensiva, em recuperação dos procedimentos de drenagem.
Relembre o caso
Funcionário da Petrobras em treinamento, Bruno foi baleado três vezes por Paulo Sergio de Lima, de 29 anos, que sequestrou o ônibus durante suas tentativa frustrada de fugir para Juiz de Fora. Ele atirou em Bruno por confundi-lo com um policial.
As balas atingiram o pulmão, baço e o coração de Bruno, que foi levado inicialmente para o Hospital Souza Aguiar, no Centro, onde passou por uma primeira cirurgia e precisou de seis bolsas de sangue. Antes de ser internado no Samaritano, o jovem passou também pelo Instituto Nacional de Cardiologia.
Morador de Juiz de Fora (MG), Bruno estava no Rio para um treinamento da estatal. Ele foi aprovado em primeiro lugar entre cotistas no concurso público para a carreira de técnico de estabilidade, na especialidade de operação de lastro.
Já o sequestrador Paulo Sergio, que fugia do Rio por ter baleado um traficante na Rocinha, está preso de forma preventiva. No último dia 21, ele foi denunciado pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) por duas tentativas de homicídio e por sequestro, além de cárcere privado.
Rodoviária sem melhorias na segurança
Um mês depois que Paulo Sergio embarcou armado, a segurança na Rodoviária do Rio não passou por grandes mudanças.
Desde então, nenhuma nova medida foi anunciada para impedir que pessoas portando arma de fogo ingresse nos veículos, apesar de a legislação prever a instalação de detectores de metais no local. A empresa que administra a rodoviária afirma que já cumpre o plano de segurança presente em contrato
No último dia 27 de março, uma mulher foi flagrada na rodoviária com dois fuzis, uma pistola e um revólver na bagagem. Ela levava ainda três carregadores de pistola, dois de fuzil e aproximadamente 200 peças de munição para fuzil.
Policiais militares do Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas faziam uma operação na plataforma de desembarque e suspeitaram da mulher carregando uma mala aparentemente pesada. A suspeita contou que havia recebido o material em Curitiba, no Paraná. Ela estava indo para Vitória, no Espírito Santo, onde entregaria o material e receberia R$ 6.000 pelo transporte.