O prefeito de Belford Roxo, Márcio Canella (União Brasil), decretou, no Diário Oficial desta quinta-feira (2), o fechamento da prefeitura por 15 dias. Canella diz ter encontrado a sede do município sem computadores, sem documentos, com informações apagadas no sistema e até sem pilhas nos controles.
“Olha, furtaram os computadores, HDs, apagaram todas as informações para dificultar o nosso trabalho. Levaram até as bandeiras do Brasil e da cidade que ficavam aqui. Eu tive que fazer um decreto fechando a prefeitura por 15 dias, sem paralisar os serviços essenciais, para poder organizar o caos deixado pelo governo anterior”, disse Canella, em vídeo publicado nas suas redes sociais.
O prefeito anda pelas salas mostrando prateleiras e gavetas vazias, e diz estar preparando a lista do que desapareceu para levar à delegacia de polícia e registrar a ocorrência.
“Levaram a cafeteira, as torneiras e até o chuveiro do banheiro”, diz, indignado.
Depois de campanha bélica, a falta da transição
A campanha eleitoral em Belford Roxo foi a mais conturbada da Região Metropolitana do Rio. Canella, ex-amigo e ex-aliado político do prefeito Waguinho, disputou contra Matheus do Waguinho (REP), sobrinho e candidato do alcaide. Nas ruas, cabos eleitorais dos dois grupos se enfrentaram diversas vezes, com denúncias de violência de parte a parte.
Depois que Canella ganhou, Waguinho se recusou a fazer a transição, mesmo depois de decisões judiciais estabelencendo multas pelo descumprimento do preceito democrático.
Por fim, o derrotado deixou a prefeitura sob protesto e uma chuva de ovos desferidos por servidores com salários atrasados. Ainda sem acesso a informações oficiais, Canella afirma que recebeu a administração municipal com um rombo de R$ 1 bilhão.