O que era para ser uma grande vitrine política de pré-candidatura ao governo do Rio virou um ato protocolar. A cerimônia de repasse de R$ 120 milhões para a saúde dos municípios fluminenses, prevista pelo presidente afastado da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), ocorreu nesta sexta-feira (19) em tom discreto.
O evento conduzido pelo presidente em exercício da Assembleia, Guilherme Delaroli (PL), foi realizado no Palácio Tiradentes. Embora estivesse marcado para as 11h, a solenidade atrasou mais de uma hora para começar e foi encerrada por volta das 13h.
Aliados próximos de Bacellar que costumam atuar de forma mais ostensiva no plenário — Allan Lopes (PL), Rodrigo Amorim (União) e Filippe Poubel (PL) — não compareceram à cerimônia.
A liberação dos recursos havia sido aprovada antes da prisão de Bacellar na Operação Unha e Carne. O deputado foi solto por decisão da própria Alerj, mas segue afastado da presidência da casa por medida cautelar do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Delaroli ocupa o centro da cena, enquanto aliados de Bacellar já o tratam como ‘ex-presidente‘
Apesar de ocupar formalmente o posto de presidente em exercício, Delaroli foi tratado como presidente da Alerj por diferentes políticos durante o evento. O deputado Luiz Paulo (PSD) se referiu a ele dessa forma durante a solenidade. O deputado licenciado e atual secretário estadual das Cidades, Douglas Ruas (PL), também adotou o mesmo tratamento.
Por outro lado, a prefeita de Cardoso Moreira, Geane Vincler (União), uma das aliadas públicas de Rodrigo Bacellar, já se referiu ao deputado como “ex-presidente” em seu discurso de agradecimento. A prefeita se filiou ao União Brasil no mesmo ato político articulado por Bacellar e, dias antes de sua prisão, havia agradecido ao deputado em suas redes sociais pela liberação dos recursos.
Na publicação de 28 de novembro, Geane havia afirmado que, “graças ao projeto de lei do presidente Rodrigo Bacellar, essa economia vai voltar para onde realmente importa”.


