ATUALIZAÇÃO às 22h30, com a resposta da Secretaria estadual de Saúde
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, foi às redes sociais alertar para uma crise no atendimento dos hospitais geridos pelo governo do estado, o que estaria provocando a superlotação nas unidades da rede municipal de saúde. Segundo Soranz, UPAs e outras unidades municipais têm, nesta quarta-feira (20), 575 pacientes à espera de uma vaga para tratamento de alta complexidade — que, de acordo com o Sistema Único de Saúde (SUS), é de responsabilidade dos estados.
A crise teria piorado a situação que já vinha delicada desde que a rede federal praticamente entrou em colapso. As emergências e até os corredores de UPAs e hospitais municipais estão lotados.
“Estamos vendo redução da oferta destes procedimentos de alta complexidade no Rio de Janeiro, e cobrando da Secretaria de Estado de Saúde (SES) que amplie o acesso. Infelizmente, neste momento, a SES passa por uma crise ética gravíssima, que paralisa todos os processos administrativos por lá. Além do atraso dos salários e dos repasses aos fundos municipais”, disse Soranz em postagem no X, o antigo Twitter.
O secretário municipal publicou uma tabela em que mostra quantos pacientes estão aguardando transferência, para quais tratamentos.
“O resultado é a diminuição da oferta e a manutenção de 575 pacientes aguardando uma transferência nas salas amarelas e vermelhas, sobrecarregando as unidades de emergência e atrasando o cuidado adequando do cidadão”, concluiu o secretário.
Ortopedia e Oncologia, dois gargalos federais
O secretário municipal de Saúde também alertou para a queda nos atendimentos em Tramatologia e Ortopedia — graças à eterna crise do Into, instituto federal. E em Oncologia, agravada pelos problemas enfrentados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), que já foi uma referência nacional. O Inca tem um déficit de 257 médicos, somando suas quatro unidades hospitalares no Rio. Atualmente, para atender nas quatro unidades, o Inca conta com apenas 401 profissionais.
A Secretaria municipal de Saúde também tem números que revelam a derrocada, ano a ano, dos atendimentos nestas especialidades.
A resposta da Secretaria estadual de Saúde
“A Secretaria de Estado de Saúde afirma que as unidades estaduais funcionam plenamente, inclusive, com número recorde de cirurgias e procedimentos.
O Hospital Universitário Pedro Ernesto, sob contratualização estadual, também bate número recorde de cirurgias e internações.
Infelizmente, este não é o caso das unidades municipais e federais, que diminuíram o número de internações em todas as suas unidades.
Desafiamos o secretário municipal de Saúde a apresentar a produção cirúrgica, principalmente da ortopedia, dos hospitais municipais Souza Aguiar, Lourenço Jorge e Miguel Couto.
Crise ética passa o secretário municipal de Saúde, que falta com a verdade e espírito público”.
Isso é Brasil, enfermagem não tem valor?