Se contar, ninguém acredita. O samba, justamente o samba, que faz parte da nossa identidade, até ontem não era reconhecido oficialmente como uma manifestação da cultura nacional. Mas o Senado Federal corrigiu essa injustiça e aprovou o projeto de lei que reconhece não só o ritmo, mas instrumentos e suas práticas, como manifestações da cultura nacional.
O texto de Chico D’Ângelo (PDT-RJ), que vai para a sanção do presidente Lula, determina que os instrumentos musicais a serem protegidos pela futura lei são: pandeiro, tantã, cuíca, surdo, tamborim, rebolo, frigideira, timbas e repique de mão, desde que sigam, em seus respectivos modos de produção, as práticas e as tradições culturais a ele associados, sejam protegidos pela lei.
“Foi um projeto que apresentei em 2016 depois de procurado por vários sambistas de todo o país, que me convenceram da importância de se preservar estes instrumentos. O Sereno, do Fundo de Quintal, por exemplo, foi quem criou o tantã, instrumento que hoje está em toda roda de samba. O saudoso Ubirany, também do Fundo, criou o repique de mão. Proteger a tradição e a memória na produção destes instrumentos significa garantir a continuidade e o futuro do samba”, justificou o niteroiense Chico D’Ângelo, hoje assessor especial de Ministra da Saúde, Nísia Trindade.