A saída de pauta do projeto que poderia possibilitar armar a Guarda Municipal, na última terça-feira (25), incendiou a sessão plenária da Câmara de Vereadores do Rio desta quarta (26). A treta esquentou principalmente entre Rogério Amorim (PL) e Marcio Ribeiro (PSD), líder do governo.
Amorim questionou o não reconhecimento de uma das 17 assinaturas para a retirada do projeto, o que fez com que a matéria fosse pautada novamente nesta quarta. O oposicionista chegou a levantar até mesmo a hipótese de fraude.
Ribeiro — rival antigo dos Amorim no bairro da Tijuca — quebrou a cabeça para contornar a situação, até que, aparentemente, solucionou o mistério. A tal assinatura, fora de padrão, seria do vereador Salvino Oliveira (PSD), novato na casa, que a reconheceu via chamada de vídeo.
De um lado, Ribeiro subiu o tom e disse que não era correto “questionar a lisura” do procedimento. Amorim não deixou barato e respondeu que, mesmo com Salvino tendo assumido ser o ator, quer que a assinatura seja conferida, além de dizer que “se houve fraude, foi de algum vereador”, e não de um servidor.
Apesar de toda a treta, o projeto novamente foi retirado de pauta. Para não restar nenhuma dúvida, a bancada governista superou as 17 assinaturas necessárias.
Lembrando que a inclusão do projeto — que é de 2018 — na pauta é uma resposta da oposição à proposta da Força Municipal de Segurança, do prefeito Eduardo Paes (PSD).
“Tenho notado uma grande dúvida no que pauta esse projeto e nas emendas em torno dele. É um absurdo colocar agentes privados nas ruas para fazer a nossa segurança e que só possam ter porte de arma em serviço. É uma covardia que não posso mensurar”, disse o vereador Carlos Bolsonaro (PL).
Treta por assinatura é problema antigo
Não é a primeira vez que acontece um furdunço na Câmara por suspeita de fraude em assinaturas. Em 2023, a então vereadora Teresa Bergher (PSDB) notou uma assinatura que não era a sua no parecer a um projeto do vereador Pedro Duarte (Novo).
Depois de muito bate-boca no plenário, Teresa resolveu contratar um perito para dar o parecer. O perito confirmou que a assinatura não era de Teresa, a bélica apresentou as provas à Mesa Diretora. Mas não houve nenhum desdobramento.