O bicheiro Rogério de Andrade gastou R$ 207,6 mil por mês para custear o trabalho de 36 homens, incluindo policiais militares, encarregados de fazer sua segurança pessoal. A informação foi obtida pelo Ministério Público do Rio (MPRJ), em planilha apreendida em maio de 2022, numa casa do contraventor, na Barra da Tijuca.
A investigação contra o crime organizado resultou em 20 mandados de prisão preventiva contra policiais ligados à segurança do bicheiro, em operação deflagrada nesta quarta-feira (20). Até o momento, 17 PMs e um policial penal foram presos. Entre os militares estão sargentos, subtenentes e um cabo.
O grupo, que se intitulava Vampiros, interferia em operações policiais, monitorava agentes públicos e também intervinha em disputas territoriais pelo domínio do jogo do bicho. Segundo a planilha, os salários variam entre R$ 5,6 mil a R$ 7,6 mil, que é o vencimento aproximado de um oficial da mesma corporação.
Os presos
Sargento Alan das Neves Magalhães
Sargento Alexander Rodrigues da Silva
Sargento Anderson de Mattos Siqueira
Sargento Anderson Faria Mercês
Subtenente Carlos Henrique Pereira Passos
Sargento Fábio Rodrigues Cordeiro Souza
Sargento Fellipe Cardoso Leitier
Subtenente Flavio Pereira Morais
Sargento Leonardo Pacheco Estrela
Subtenente Márcio Aurélio Pardal
Subtenente Márcio de Araujo David
Cabo Marcos Antonio Alle Teixeira
Subtenente Nilo Carlos Galvão Sampaio
Sargento Rafael da Silva Gomes
Sargento Valdir Campos Junior
Policial penal Fabio Luiz Rebelo Ourô
Além dos 20 mandados de prisão pelo crime de organização criminosa, a Justiça expediu mais de 50 mandados de busca e apreensão nas casas dos alvos e em outros endereços ligados ao grupo. Os agentes presos foram conduzidos para diferentes delegacias da capital e os objetos apreendidos, entre eles dinheiro, estão sendo levados para a sede da Promotoria, no Centro da cidade.
Batizada de Petrorianos, a operação é comandada pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que denunciou à Justiça 31 pessoas pelo crime de organização criminosa.
Quem é Rogério de Andrade
Patrono da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, Rogério Andrade responde a processo por chefiar uma organização criminosa que domina o jogo do bicho, a exploração de máquinas caça-níqueis, bingos e cassinos na Zona Oeste do Rio.
Segundo o MP, essa organização pagava propina para policiais civis de delegacias especializadas para que eles permitissem as atividades ilegais. Ele foi solto em 2022 por uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, atualmente, está nas ruas com tornozeleira eletrônica.